As Dolomitas, classificadas como Património Mundial da UNESCO, estavam há anos na minha bucket list. Já tinha visto inúmeras fotos das montanhas, dos lagos de águas turquesa e das aldeias encantadoras e mal podia esperar para ver tudo com os meus próprios olhos.

Deixem-me dizer-vos uma coisa: as fotos não fazem justiça à beleza absurda deste lugar.

Uma das coisas que torna as Dolomitas tão únicas é a sensação de estarmos noutro mundo. Apesar de estarem em Itália, ouve-se falar alemão, vêem-se placas em alemão e os menus estão recheados de pratos robustos com influência austríaca. É uma mistura cultural fascinante que torna a descoberta desta região ainda mais especial.

Quando comecei a planear a roadtrip pelas Dolomitas, as expectativas estavam altíssimas — provavelmente demasiado altas! Mas sabem que mais? Cada uma delas foi superada. Esta viagem foi pura perfeição.

Neste artigo, partilho convosco o melhor itinerário para explorarem as Dolomitas numa viagem memorável. Este roteiro detalhado de 4 dias inclui tudo o que precisam de saber: os pontos imperdíveis, dicas para conduzir na região, sugestões de alojamento e até um mapa para vos ajudar a organizar tudo.

Quer ainda estejam a decidir se visitam ou já tenham a viagem marcada, este guia vai ajudar-vos a aproveitar ao máximo o vosso tempo num dos lugares mais deslumbrantes do planeta.

As Dolomitas são uma região montanhosa onde neva bastante. Aliás, percebemos facilmente isso assim que olhamos para o mapa da região e vemos dezenas e dezenas de teleféricos e chairlifts.

Existem imensas zonas para praticar desportos de neve, pelo que se este é o vosso objetivo principal ao visitar a região, então devem claramente visitar as Dolomitas no pico do inverno quando existe mais neve.

No entanto, este itinerário pelas Dolomitas não inclui a prática de desportos de neve. A minha viagem às Dolomitas aconteceu na terceira semana de maio. Apesar da chuva ter ameaçado todos os dias, na realidade só no primeiro dia é que choveu!

Se pretendem fazer alguns trilhos (e olhem que há uns bem interessantes!), a melhor altura para fazer este itinerário nas Dolomitas é desde agosto até ao início de outubro.

No entanto, tenham em atenção que, mesmo em julho, alguns trilhos em altitudes mais elevadas podem ainda ter neve. Aprendi isto da pior forma e não consegui explorar tudo o que tinha planeado por causa de neve inesperada. Por isso, planeiem bem e levem o equipamento adequado para tirarem o máximo partido da vossa road trip pelas Dolomitas!

O número de dias para o itinerário perfeito nas Dolomitas depende muito do que pretendem visitar, já que existem lugares incríveis que podemos lá visitar.

No meu caso, optei por passar 4 dias a explorar as Dolomitas e, na minha opinião, foi uma boa duração para uma primeira visita.

Consegui visitar os lagos mais importantes, um dos maiores planaltos na Europa e paisagens e paisagens de cortar a respiração 😍.

No entanto, há muito mais para visitar e, assim, se tiverem mais alguns dias disponíveis, não hesitem em aumentar o número de dias no vosso itinerário pelas Dolomitas. No final deste artigo, vou deixar algumas sugestões adicionais para quem tem mais do que 4 dias disponíveis.

Estando localizadas no Norte de Itália, uma das formas mais rápidas de chegar às Dolomitas é através do aeroporto de Verona. Alternativamente, podem também utilizar o aeroporto de Veneza ou Treviso ou ainda o de Milão. No entanto, alerto que nestes últimos casos a distância a percorrer para lá chegar é bem maior.

Na realidade tudo depende da zona das Dolomitas que vão visitar. Mesmo assim, este itinerário das Dolomitas compreende alguns dos locais mais conhecidos e que ficam mais próximos do aeroporto de Verona.

Sugiro que investiguem que voos têm disponíveis para o Norte de Itália e daí tentem reorganizar este itinerário das Dolomitas da melhor forma possível.

Outra opção é também utilizarem o aeroporto de Innsbruck na Áustria. Neste caso alerto para o facto de muitas vezes os rent a cars cobrarem mais para atravessar fronteiras. Nada como consultar as condições de aluguer previamente.

Este itinerário pelas Dolomitas pressupõe o aluguer de carro, já que esta é, sem dúvida, a forma mais fácil de visitar a região.

No meu caso, optei por alugar o carro com uma empresa italiana – Noleggiare. A Noleggiare tem serviço disponível em qualquer um dos 3 aeroportos estratégicos para aceder às Dolomitas (Verona, Milão e Veneza). 

Mal aterrei em Verona, dirigi-me ao ponto de encontro onde um shuttle nos leva aos escritórios da Noleggiare junto ao aeroporto de Verona. A viagem durou cerca de 5 minutos. Fizemos seguro contra todos os riscos (nunca arrisco!) e alugámos um Toyota Aygo. É pequenino, mas perfeito para duas pessoas 😉.

🚗 Se quiserem alugar carro em Itália, a Discover Cars é uma excelente plataforma para comparar preços entre diferentes empresas de aluguer. Permite cancelamento gratuito, o que dá imensa flexibilidade, tem uma ferramenta de pesquisa muito intuitiva para encontrar as melhores ofertas e permite comparar as várias opções disponíveis para garantirem a tarifa mais baixa.

Mesmo que estejam a planear explorar outras cidades próximas (como Milão, Verona ou Veneza), podem alugar um carro apenas para esta parte da viagem. Se possível, devolvam o carro no mesmo local onde o levantaram para evitarem taxas adicionais.

Apesar de alugar carro ser, sem dúvida, a forma mais prática de explorar as Dolomitas, não é a única opção. A região tem um sistema de transportes públicos e, se preferirem não conduzir, podem adquirir o South Tyrol Mobilcard. Este cartão dá acesso a autocarros, comboios e teleféricos em toda a região, sendo uma excelente alternativa para se deslocarem.

As Dolomitas oferecem uma grande variedade de alojamentos, desde hotéis de luxo até acolhedores refúgios de montanha. A melhor zona para ficar alojado depende muito do vosso itinerário e das áreas que pretendem explorar.

Para um acesso central às principais atrações, localidades como Cortina d’Ampezzo, Ortisei e Bolzano são escolhas bastante populares.

Para os mais aventureiros que planeiam fazer trilhos, os refúgios de montanha são uma opção única. Estes alojamentos estão espalhados ao longo dos percursos pedestres e oferecem uma base rústica, mas confortável, para fazer vários trilhos. Muitas vezes incluem refeições, o que os torna ideais para caminhadas de vários dias.

Independentemente do local que escolherem para ficar, é essencial reservar com antecedência, especialmente nas épocas de maior procura, como o verão e o inverno.

Em Fiè allo Sciliar, fiquei alojada na Pension Fellis — um alojamento familiar verdadeiramente amoroso. Existem apenas alguns quartos disponíveis e alguns deles têm varanda com vistas absolutamente incríveis.

A zona onde a Pension Fellis está situada é de uma tranquilidade impressionante. O quarto onde fiquei era bastante espaçoso e muito confortável. Além disso, há vários lugares de estacionamento, o que é perfeito para quem está a fazer uma road trip pelas Dolomitas.

Por fim, tenho de destacar também o pequeno-almoço. A sala tem uma vista inacreditável e é uma excelente forma de começar o dia. Para além disso, havia bastante variedade e até alguns produtos caseiros. As compotas, por exemplo, estavam deliciosas.

No Lago Antorno, fiquei no Chalet Lago Antorno, mesmo em frente ao lago. É um alojamento relativamente pequeno, mas maravilhoso. O quarto onde ficámos tinha uma varanda com uma vista soberba sobre o lago — uma escolha perfeita para quem procura tranquilidade.

As condições do alojamento superaram largamente as minhas expectativas, com uma decoração relativamente moderna e simples. Além disso, o pequeno-almoço buffet, incluído no preço da estadia, tinha alguma variedade.

Finalmente, em Braies, fiquei no Gasthof Huber. Apesar da decoração algo antiquada, fica apenas a 10 minutos de carro do Lago di Braies. E, além disso, tem vistas incríveis a partir das varandas e um pequeno-almoço muito completo.

Para facilitar ainda mais a vossa aventura, incluí também um mapa desta road trip pelas Dolomitas. Vai ajudar-vos a planear a viagem, garantindo que não perdem nenhum dos pontos imperdíveis desta região deslumbrante!

Não houve um dia nas Dolomitas que não me surpreendesse. As Dolomitas são, sem dúvida, dos sítios mais bonitos que já visitei e irei certamente voltar um dia para visitar o que ficou pendente 😊.

Este roteiro nas Dolomitas foi pensado para incluir alguns dos locais mais impressionantes da região: desde lagos de cortar a respiração a montanha icónicas. É o itinerário ideal para quem visita as Dolomitas pela primeira vez.

Este primeiro dia inclui a viagem de Verona até à primeira paragem neste itinerário pelas Dolomitas. Esta primeira viagem é a mais longa, mas mesmo assim bastante acessível.

Optámos por seguir pela rota mais direta, sem evitar as autoestradas com portagens, o que tornou a viagem bastante eficiente.

As portagens (ida e volta) ficaram por 24€. O processo é super simples: passámos por uma portagem onde tirámos um bilhete e, mais à frente, pagámos noutra portagem. Podem pagar em dinheiro ou com cartão.

Claro que, se vierem de outro aeroporto, o percurso pode ser diferente.

Bolzano foi a nossa porta de entrada nas Dolomitas. É uma cidadezinha amorosa, com uma praça central colorida, cheia de esplanadas com turistas e ruas cheias de vida devido aos mercados ali existentes.

Depois de um curto passeio pelo centro de Bolzano, demos também um pulinho (de carro!) ao incrível castelo Roncollo. Construído sobre um precipício, esta obra de arquitetura do século XIII parece saída de um conto de fadas.

💡 DICA EXTRA: Se tiverem algum tempo extra em Bolzano, sugiro também o teleférico Renon que nos transporta desde Bolzano até à planície de Soprabolzano. Apesar de não ter experimentado, das fotos que vi parece que do topo alcançamos vistas incríveis sobre as Dolomitas.

🚗 ONDE ESTACIONAR EM BOLZANO: O centro histórico de Bolzano é pedonal, salvo algumas exceções para locais e serviços de entrega. Existem vários parques de estacionamento disponíveis na cidade (pagos), mas acabei por estacionar neste.

O segundo ponto do itinerário nas Dolomitas é o Lago di Carezza. Este era um dos lagos que mais queria visitar devido à cor incrivelmente cristalina da água.

No entanto, chovia bastante quando chegámos ao lago e não deu para aproveitar muito o espaço nem para admirar o lago no seu esplendor máximo.

Mesmo assim, dava para perceber que a cor da água era incrível. Em dias soalheiros, este pode mesmo ser um dos lagos mais incríveis das Dolomitas.

Para além da visita ao lago, podem percorrer um pequeno trilho à volta do lago que demora cerca de 20 a 25 minutos a ser percorrido.

O acesso ao lago é bastante simples e não é preciso percorrer qualquer trilho para lá chegar.

🚗 ONDE ESTACIONAR PARA VISITAR O LAGO CAREZZA: Existe um parque mesmo junto ao lago e custa 2€/hora.

E para terminar este primeiro dia do itinerário nas Dolomitas, sugiro uma paragem em Ortisei. Ortisei é mais uma vila catita de casinhas coloridas, estando rodeada das montanhas imponentes das Dolomitas.

É um destino bem procurado pelos turistas que visitam a região, por isso esperem multidões durante o dia em época alta. Como visitei Ortisei em época baixa e ao fim do dia, tive quase a vila só para mim.

Muito honestamente não há muito para ver, a não ser a zona pedonal entre a capela de Saint Ulrich e a a capela de Santo António. Pelo meio irão encontrar alguns restaurantes, alojamentos e lojinhas de artesanato e souvenirs (quase todas fechadas quando visitei!).

No entanto, não deixem escapar esta vila. Apesar de pequenina, vale muito a pena.

🚗 ONDE ESTACIONAR EM ORTISEI: Existem alguns lugares de estacionamento (pagos durante o dia) nas ruas de Ortisei, antes de entrar na zona pedonal. No entanto, durante época alta, duvido que seja fácil encontrar lugar. Deste modo, acredito que o melhor seja recorrer novamente aos parques pagos disponíveis.

Quando vistei Ortisei já era quase hora de jantar e optei por ficar por lá. Problema de viajar em época baixa? Fomos ao único restaurante que estava aberto – Cascade Ristorante Pizzeria. Apesar de não ser o melhor restaurante da viagem, não achei mau. O menu é bastante diversificado e tem comida um pouco para todos os preços. Acabámos por optar pelas pizzas que estavam saborosas 😉

O 2º dia deste itinerário pelas Dolomitas começa num dos meus locais preferidos desta roadtrip 🥰.

O Alpe di Siusi (ou Seiser Alm em alemão) é um planalto e o maior prado alpino na Europa. Preparem-se para acharem que estão num filme da Heidi.

Em época baixa, a estrada para circular no Alpe di Siusi está aberta. No entanto, a verdadeira beleza do Alpe di Siusi está em deixarmo-nos perder por aqueles caminhos verdejantes.

Em época alta, a estrada está encerrada entre as 9h e as 17h, embora seja possível descer a qualquer hora. Por isso, sugiro que tentem chegar antes das 9h e estacionem o carro em Compatsch. Como visitei em época baixa, subi até Compatsch depois das 9h e ainda encontrei lugares disponíveis neste parque.

📝 INFORMAÇÃO ÚTIL: O parque em Compatsch custa 28,5€ por dia. Recomendo que consultem a informação mais atualizada sobre o estacionamento no Alpe di Siusi para garantirem que não há alterações de última hora.

Existe também um teleférico que vos leva desde Siusi allo Sciliar até Compatsch. É possível deixar o carro junto à estação de Siusi allo Sciliar num parque gratuito. A viagem dura cerca de 15 minutos e o preço varia consoante a altura do ano, mas ronda os 19,5€ (só ida) e 29€ (ida e volta).

O teleférico não funciona durante todo o ano, por isso recomendo que consultem a informação mais atualizada sobre o teleférico para o Alpe di Siusi. Em alternativa, podem também apanhar um teleférico em Ortisei.

Existe ainda um serviço de autocarros até ao Alpe di Siusi.

Assim que deixámos o carro para trás, caminhamos até ao famoso miradouro do Alpe di Siusi. Desde o parque de estacionamento o percurso para lá chegar demora cerca de 50 min (3,7 km).

Apesar do miradouro dar umas das fotos mais bonitas do Alpe di Siusi, todo o caminho até lá é ridiculamente lindo. Sentia-me uma criança, quase com vontade de rebolar na relva 😝.

Depois de uma boa sessão de fotos no famoso miradouro, acabamos também por ir visitar o baloiço instagramável que está localizado junto ao refúgio Malga Sanon. É um pequeno desvio e acaba por ser engraçado!

No total percorremos cerca de 10km e apenas estivemos uma manhã no Alpe di Siusi. No entanto, as paisagens são de cortar a respiração e existem dezenas de trilhos que podem explorar.

Se forem amantes de Natureza, sugiro uma pesquisa mais extensa para escolherem o trilho que vos interessa mais. Só tenho certeza de uma coisa: desiludidos não irão ficar.

Depois de explorarem o Alpe di Siusi, o mais provável é já terem aberto o apetite! Aproveitem para almoçar e ganhar energias, e depois façam uma breve paragem em Siusi allo Sciliar. Esta vila pitoresca, com apenas 2.000 habitantes, vale a pena descobrir, mesmo que só por pouco tempo.

Como a lista de pontos de interesse é curta, cerca de uma hora é suficiente para conhecerem os principais pontos de interesse antes de continuarem o vosso roteiro de 4 dias pelas Dolomitas.

Castelrotto é a paragem seguinte neste itinerário pelas Dolomitas e, na minha opinião, mais interessante que Siusi allo Sciliar.

Apesar de ser também uma vila pequena com pouco mais para visitar do que a sua igreja, as casas coloridas e ruas estreitas fazem-nos novamente apaixonar por esta região italiana.

Passear por Castelrotto é uma experiência deliciosa que nos faz apaixonar ainda mais por esta região encantadora. É o lugar perfeito para absorver a beleza tranquila das Dolomitas!

Como se as vistas incríveis do Alpe di Siusi não fossem já suficientes, esperem até chegarem ao Val di Funes.

Podem estacionar o carro gratuitamente neste parque e caminhar cerca de 25 minutos até ao famoso miradouro sobre a igreja de Santa Madalena. Tenham em atenção que não é possível subir de carro até ao miradouro, pois a estrada está encerrada a veículos.

O caminho até ao miradouro é uma caminhada agradável, apesar de ser maioritariamente a subir. Ao longo do percurso, somos brindados com paisagens lindas que tornam a subida muito mais leve.

No topo, encontram um banco onde podem descansar e apreciar com calma a vista deslumbrante sobre a igreja de Santa Madalena e o cenário envolvente. É um lugar tranquilo, perfeito para parar, respirar fundo e absorver toda a magia das Dolomitas!

💡 DICA EXTRA: Relativamente perto, podem também aproveitar para visitar a Igreja de São João em Ranui. Atualmente, para chegar perto da igreja é necessário pagar 4€, o que também dá acesso ao seu interior. No entanto, optámos por observá-la apenas ao longe já que àquela hora já não era possível visitar.

E, para terminar o dia, explorem Fiè allo Sciliar — a vila onde fiquei alojada e que, curiosamente, nem fazia parte dos meus planos iniciais. A vila é tão pequena (ou até mais pequena) do que Siusi allo Sciliar ou Castelrotto, mas foi impossível resistir-lhe.

Experimentámos um espaço muito agradável – Alpin Roof Flora. Para além de um menu variadíssimo que vai desde hambúrgueres, a massa ou a carne, optámos por duas massas que estavam bastante apetitosas.

O restaurante conta também com uma esplanada – perfeita para os dias mais quentes.

No 3.º dia deste itinerário pelas Dolomitas, sugiro que mudem de alojamento, já que irão deslocar-se mais para leste na região.

A primeira paragem do dia é o Passo Gardena, uma das estradas mais icónicas das Dolomitas. Situado a mais de 2.000 metros de altitude, oferece vistas absolutamente arrebatadoras sobre os picos e vales em redor.

O Passo Gardena liga o Val Gardena ao Val Badia e é, sem dúvida, uma das experiências mais memoráveis nas Dolomitas.

Estacionei o carro junto ao Rifugio Frara — um ponto bastante prático para apreciar a paisagem de cortar a respiração. A partir daí, aproveitei para explorar um pouco os arredores e absorver as vistas deslumbrantes que nos rodeiam.

Se estão com vontade de ver mais lagos incríveis, o terceiro dia deste roteiro pelas Dolomitas vai certamente impressionar. A primeira paragem é o Lago Valparola — um lago tranquilo e pitoresco, rodeada por picos montanhosos dramáticos.

É a forma perfeita de começar um dia repleto de alguns dos melhores lagos das Dolomitas!

Existe um refúgio (Rifugio Passo Valparola) onde é possível estacionar o carro gratuitamente. Daí conseguimos imediatamente ver o lago, mas é possível caminhar cerca de 5 minutos para nos aproximarmos mais do mesmo.

💡 DICA EXTRA: Dependendo da altura do ano em que visitarem as Dolomitas, sugiro também uma passagem pelo Lago de Limides. Podem estacionar o carro junto ao Rifugio Col Gallina e daí é necessário caminhar cerca de 20 minutos até ao lago. Infelizmente, quando visitámos existia muita neve logo no início do percurso e, por esse motivo, não conseguimos visitar o lago.

Quando chegar a hora de almoçar, sigam até Cortina d’Ampezzo — uma das localidades mais conhecidas das Dolomitas.

Famosa pelo seu charme alpino, Cortina tem um centro histórico pitoresco, com casas coloridas e algumas ruas catitas para explorar. Ao passearem pelo centro, vão notar também várias lojas de marcas de luxo.

Para ser muito honesta, achei as ruas fotogénicas, mas não foi dos meus locais preferidos desta road trip. Mesmo assim, acho que vale a pena uma passagem por lá.

Pela primeira vez durante alguns dias, sentimos que estávamos realmente em Itália e almoçámos pizzas no Porto Rotondo. O restaurante tem uma esplanada agradável e uma quantidade disponível de pizzas absurda.

O difícil foi escolher, mas estavam ambas bastante boas. O preço é que deixou um bocadinho a desejar para ser muito sincera.

💡 DICA EXTRA: Se estiverem a seguir o meu itinerário nas Dolomitas, antes de chegarem a Cortina d’Ampezzo, sugiro que parem uns minutos para apreciar a vista deste miradouro: Gallery Lookout.

Depois de saírem de Cortina d’Ampezzo, sigam para o próximo destaque deste roteiro pelas Dolomitas: o Lago Ghedina. Basta fazerem uma pesquisa rápida por “Lake Ghedina” no Google Maps para lá chegarem — mas deixo aqui uma dica preciosa para vos poupar algum esforço!

Quando visitei, a estrada que segui estava encerrada e acabei por fazer quase 2 km a subir até ao lago. Mais tarde descobri que existe uma estrada acessível do outro lado, que permite chegar de carro diretamente ao lago. Por isso, certifiquem-se de seguir essa rota para evitarem a caminhada 😉.

Assim que chegarem, serão recebidos pela cor impressionante do lago e por um ambiente envolvente super tranquilo. Existe também um restaurante encantador junto ao lago, aberto em determinadas alturas do ano, onde podem relaxar e aproveitar a serenidade do local. É um sítio lindíssimo que vale mesmo a pena incluir na vossa road trip pelas Dolomitas.

O itinerário pelas Dolomitas continua para mais um… lago, ora nem mais! O Lago de Misurina é de acesso facilíssimo, já que existem vários lugares de estacionamento junto ao lago.

O lago encontra-se invejavelmente enquadrado pelas montanhas e pelo hotel amarelo ao fundo. Estava bastante encoberto quando visitei, o que trouxe algum misticismo a esta visita.

Existe também um pequeno passadiço junto ao lago, se quiserem passar ali algum tempo adicional.

O dia terminava em mais um lago – Lago Antorno e o nosso alojamento era mesmo ali (Chalet Lago Antorno)! Existem alguns lugares de estacionamento junto ao lago, pelo que certamente não terão dificuldade em encontrar lugar.

O lago está ali logo junto à estrada, com toda a sua beleza natural. Existe um pequeno percurso à volta do lago que podem percorrer, caso tenham interesse 😊.

Para este dia do vosso itinerário pelas Dolomitas, considerem percorrer um dos trilhos mais icónicos da região, que vos leva até uma vista de cortar a respiração sobre as Tre Cime di Lavaredo — um dos marcos mais emblemáticos das Dolomitas.

O trilho começa no Rifugio Auronzo e tem cerca de 10 km (ida e volta), oferecendo paisagens deslumbrantes a cada passo. É imperdível para quem adora natureza e quer sentir a verdadeira essência das Dolomitas!

Mas atenção à neve — podem não conseguir fazer o trilho, como aconteceu comigo. Continuem a ler para saberem o que me aconteceu.

Existem 3 opções para chegar ao Rifugio Auronzo:

• De carro: caso optem por esta opção, têm de pagar 30€ para circular na estrada que é privada (o valor apenas dá acesso durante 24h). Existe uma portagem pouco depois do Lago de Antorno. Os valores variam consoante o tipo de veículo e mesmo as bicicletas pagam. Caso optem por esta opção, vão cedo porque na época alta os parques enchem facilmente e podem não conseguir subir a estrada.
• A pé desde o Lago Antorno, sendo que existem dois percursos disponíveis: opção 1 – estrada alcatroada por onde passam os carros (o percurso é sempre a subir); opção 2 – trilho que tem início junto à portagem da estrada (sobe menos, mas a probabilidade de apanharem neve até junho/julho é elevada)
• De autocarro: existem autocarros desde Dobbiaco (nº 444), Misurina (nº31) ou Cortina d’Ampezzo (nº30/31) até ao Rifugio Auronzo

Quando chegámos ao Lago Antorno no dia anterior, vimos logo que a estrada até ao Rifugio Auronzo estava fechada, supostamente devido a neve e gelo na estrada. Vimos as opções que tínhamos, mas por ser época baixa, a única opção que nos restava era caminhar até ao Rifugio Auronzo.

Decidimos logo à priori que, chegados ao Rifugio Auronzo, não iriamos percorrer a totalidade do trilho até ao Tre Cime pois seriam demasiados quilómetros para o tempo que tínhamos disponível. Optámos por ir pelo trilho no meio da vegetação até ao Rifugio Auronzo.

E claro que foi a pior decisão de sempre! Apesar de estar calor, existia ainda imensa neve e nós não estávamos com calçado adequado. Fomos passando muito devagarinho por cima de algumas partes com neve, até que chegámos a uma parte com imensa neve e tivemos de descer sentados 😂.

Olhando para trás, agora parece um momento muito engraçado, mas a verdade é que não achei piada nenhuma na altura.

Depois de tamanha peripécia, chegámos ao Rifugio Auronzo com sentimento de vitória. Caminhámos ainda mais um quilómetro e pouco a ver se víamos o famoso Tre Cime, mas nada.

Começou a aparecer muita neve novamente e questionámos a duas pessoas que nos disseram que não era possível avançar muito mais no trilho. Conclusão: descemos tudo outra vez (desta vez pela estrada alcatroada sem neve) até ao Lago Antorno sem termos visto o Tre Cime.

Ficou prometido que voltaríamos numa altura em que esteja garantido que não existe neve e seja possível percorrer o trilho (idealmente agosto, setembro).

Posto isto, acho que só devem acrescentar este ponto ao vosso itinerário das Dolomitas se tiverem experiência e equipamento para a neve ou se estiverem a visitar numa altura sem neve.

A próxima paragem deste itinerário pelas Dolomitas é o Lago di Landro. O acesso ao lago é super fácil, já que está mesmo junto à estrada que passa por ali.

Basta estacionarem o carro nas imediações e fazerem uma curta caminhada até chegarem às margens serenas do lago.

Não é um lago muito falado nas Dolomitas e não sei bem como porque é lindo! As cores deste lago facilmente competem com o Lago de Carezza ou Braies.

💡 DICA EXTRA: No caminho entre o Lago Antorno (onde tínhamos o carro estacionado para a caminhada até ao Tre Cime) e o Lago de Landro, há um miradouro sobre o Tre Cime junto à berma da estrada.

Seguimos o itinerário nas Dolomitas para o Lago de Dobbiaco. Um lago bem sereno, com a possibilidade de caminhar junto às suas margens.

O acesso ao lago também é bastante simples já que o parque de estacionamento está situado mesmo junto ao lago. No entanto, o parque de estacionamento é pago.

💡 DICA EXTRA: Se tiverem oportunidade, não deixem de dar uma voltinha pela vila de Dobbiaco que é bem catita 😊.

Acabei por jantar num dos dias num restaurante típico em Dobbiaco e estava ótimo. O Schlosskeller Toblach tem um espaço intimista e o que mais gostei foi o tagliatelle com ragu e o strudel de maçã como sobremesa.

E é claro que deixei o melhor para o fim. O Lago de Braies acho que dispensa apresentações já que é um dos lagos mais famosos do mundo graças às redes sociais.

As minhas expectativas estavam altíssimas e, sinceramente, o lago correspondeu a cada uma delas! É tão deslumbrante ao vivo como parece nas fotografias 🥰. É, sem dúvida, um sítio imperdível e a forma perfeita de terminar este itinerário incrível pelas Dolomitas.

Tive a oportunidade de visitar o Lago di Braies duas vezes: uma no final do 4.º dia, com o céu encoberto, e outra na manhã seguinte, com sol. E deixem-me dizer-vos que com o sol a refletir nas águas turquesa, o lago fica ainda mais deslumbrante!

Se visitarem durante os meses mais quentes, podem tornar a experiência ainda mais especial alugando um barco. Os preços começam nos 19€ por 30 minutos ou 29€ por uma hora. Assim, podem deslizar sobre o lago e apreciar a paisagem de cortar a respiração a partir de uma perspetiva diferente.

Existe também um trilho que contorna o Lago di Braies, com cerca de 4 km. Claro que, se caminhadas não forem muito a vossa praia, podem simplesmente visitar o lago, absorver a paisagem e aproveitar a atmosfera tranquila — continua a ser mágico!

🚗 ONDE ESTACIONAR NO LAGO DE BRAIES: Existem vários parques de estacionamento junto ao Lago di Braies, mas, durante a época alta, enchem rapidamente devido à elevada procura. Além disso, o estacionamento aqui é bastante caro. Durante a época alta (normalmente de julho a setembro), a estrada costuma estar fechada a veículos privados (a menos que tenham uma reserva). Recomendo que confirmem previamente as regras de trânsito e estacionamento no Lago di Braies.

O meu último jantar nas Dolomitas foi provavelmente uma das melhores refeições desta viagem. Fomos ao Gasthof Albergo Dolomiten e provámos os lombos de porco com batata assada e os raviolis com ricotta e espinafres. Estava tudo MUITOOO BOM!

E para terminar as minhas recomendações, se são uns sortudos e vão mais do que 4 dias às Dolomitas, aqui ficam algumas sugestões para acrescentarem ao vosso roteiro:

• Lago Sorapis: dos lagos mais bonitos, mas é preciso percorrer um trilho de cerca de 5 horas
• Seceda: zona montanhosa belíssima, mas apenas acessível de teleférico (não funciona todo o ano) ou através de trilho
• Lago de Limides
• Passo Giau
• Lago Federa

Relembro que isto são apenas algumas ideias pois as Dolomitas são o verdadeiro paraíso para amantes de Natureza e trilhos. Tenho a certeza que se fizerem uma pesquisa mais aprofundada irão encontrar muitos mais locais incríveis para acrescentar a este itinerário 😉.

As Dolomitas são, sem dúvida, um destino inesquecível, com algumas das paisagens mais impressionantes do mundo. Desde lagos alpinos serenos a montanhas icónicas, este roteiro foi pensado para vos ajudar a explorar o melhor que esta região deslumbrante tem para oferecer.

Quer seja o charme das vilas pitorescas, a adrenalina dos trilhos panorâmicos ou a beleza de locais icónicos como o Lago di Braies, cada paragem nesta viagem promete deixar uma marca.

Espero que este roteiro pelas Dolomitas vos seja útil na hora de planear a vossa aventura. Lembrem-se de considerar a melhor altura do ano para visitar, reservar os alojamentos com antecedência e preparar-se para os desafios específicos de explorar uma região montanhosa.

Já visitaram as Dolomitas ou estão a planear a vossa primeira viagem? Adorava saber a vossa opinião, responder a dúvidas ou ouvir as vossas memórias favoritas!

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