Preparar um roteiro para o Grand Canyon não é tarefa fácil! Quando comecei a planear a minha road trip pela região do SouthWest nos Estados Unidos, rapidamente decidi incluir o Grand Canyon na lista de locais a visitar. Até aqui, a decisão foi fácil. Afinal, o Grand Canyon é um dos parques mais visitados nos Estados Unidos.

No entanto, quando comecei a pesquisar o que fazer no Grand Canyon, fiquei inicialmente perdida com tantas opções disponíveis. Qual dos rims visitar com pouco tempo disponível? Que trilhos fazer? Como me deslocar dentro do parque? As questões eram muitas e, após muita pesquisa, lá acabei por focar a minha visita no South Rim do Grand Canyon e no Grand Canyon East.

O Grand Canyon encontra-se dividido em 4 partes: South Rim, North Rim e o West Grand Canyon e East Grand Canyon. Estas 4 partes são bastante diferentes e oferecem coisas distintas aos visitantes. Além disso, nem todas são visitáveis durante todo o ano. Por exemplo, o North Rim encontra-se encerrado nos meses mais frios.

O South Rim é a parte mais popular do Grand Canyon, até porque é a mais facilmente acessível e com melhores acessos e infraestruturas de apoio. Quando alguém menciona o Grand Canyon, habitualmente é do South Rim que se estão a referir. A maioria das fotografias que vemos deste parque nacional são tiradas aqui.

O Grand Canyon National Park é um dos parques mais emblemáticos dos Estados Unidos e é Património Mundial da UNESCO e uma das 7 Maravilhas Naturais do Mundo. Basta visitar um dos vários miradouros do Grand Canyon para perceber os motivos para este parque ter sido distinguido tantas vezes.

Acho que uma pessoa quando imagina o Grand Canyon, pensa em algo grande e majestoso. Mas, a verdade, é que nada nos prepara para a imensidão que é o Grand Canyon. O parque tem quase 5.000 km² (1.2 milhões de hectares) 😱.

O desfiladeiro do Grand Canyon é formado pelo rio Colorado e tem 446 km (277 mi) de comprimento, até 29 km (18 mi) de largura e uma profundidade máxima de 1.8 km (1.1 mi).

Assim, ao longo deste artigo, podem encontrar todas as informações sobre como visitar o Grand Canyon, tais como:

• Melhores coisas a fazer no Grand Canyon
• Quantos dias no Grand Canyon?
• Melhores meses para visitar o Grand Canyon
• Alojamentos no Grand Canyon
• Como chegar ao Grand Canyon

Visitar o Grand Canyon é uma excelente ideia em qualquer altura do ano! O parque tem muito para oferecer independentemente da estação do ano.

Os meses com mais visitantes no parque são os de verão (junho a setembro) e também as semanas perto de algumas festividades, como a Páscoa ou o Natal. Esta é a pior altura para visitar o parque já que o número de visitantes vai estar ao rubro, especialmente se visitarem o South Rim, que é a parte do parque mais procurada.

Não é surpresa nenhuma que o Grand Canyon é um dos parques nacionais mais visitados nos Estados Unidos. Em 2023, o parque recebeu quase 5 milhões de visitantes!! Se visitarem nos períodos acima, esperem filas para entrar no parque e dificuldade em estacionar em algumas das atrações do Grand Canyon. Além disso, os meses de verão são também os mais quentes, o que pode tornar a visita menos agradável.

Por outro lado, os meses de inverno são aqueles onde o número de visitantes é inferior, mas quando as temperaturas são mais baixas. Aliás, não é assim tão pouco comum nevar no Grand Canyon. Além disso, se gostavam de visitar o North Rim, então devem mesmo descartar uma visita no inverno, já que esta parte do parque fecha nesta época. Em 2024, por exemplo, o North Rim esteve visitável de meados de maio a meados de outubro. Recomendo consultar o site oficial para saber quando é que o North Rim está aberto.

Deste modo, a melhor altura para visitar o Grand Canyon são os meses de primavera (abril e maio) e outono (setembro a novembro). Por exemplo, eu visitei em meados de abril e as temperaturas estavam agradáveis, sem estar demasiado frio ou calor. Além disso, embora me tenha cruzado com vários turistas no parque, não achei que o parque estivesse muito cheio.

Esta é a pergunta que uma pessoa mais faz a partir do momento em que decide visitar o Grand Canyon 😝.

Poderíamos passar dias (ou até meses) no Grand Canyon National Park, que muito ficaria por ver! O parque tem quase 5.000 km² (1.2 milhões de hectares)… acho que me basta dizer isto.

No entanto, não há que desanimar, achando que apenas podem visitar o Grand Canyon se tiverem imenso tempo disponível. A boa notícia é que podem visitar os highlights do South Rim do Grand Canyon e ainda um pouco do Grand Canyon East em 2 ou 3 dias. Foi exatamente isto que fiz em dois dias e que vos vou recomendar neste artigo.

Claro que, se tiverem mais tempo disponível, poderão passar mais tempo a explorar melhor o South Rim e fazer alguns trilhos ou até ir a zonas mais remotas do parque como o North Rim. Mas, a ideia que queria mesmo passar é que 2 a 3 dias é uma boa duração para visitar o Grand Canyon pela primeira vez.

O Grand Canyon não é um ponto exato no mapa. Na realidade, o Grand Canyon National Park encontra-se dividido em 4 partes, algumas até um pouco distantes entre si.

Ainda assim, e apesar da sua enorme dimensão, o Grand Canyon fica localizado na zona mais a norte do estado do Arizona, As cidades mais próximas do Grand Canyon dependem da parte do parque à qual nos referimos, sendo estas as cidades mais próximas de cada uma das partes:

• Grand Canyon East – Page
• Grand Canyon West – Las Vegas
• South Rim – Tusayan, Williams, Kingsman, Flagstaff, Sedona, Phoenix e Page
• North Rim – Jacob Lake

As 4 zonas do Grand Canyon são o South Rim, North Rim, Grand Canyon East e Grand Canyon West. Decidi colocar as 4 zonas num mapa para perceberem melhor a sua localização.

O South Rim é a parte mais popular do parque. É aqui que podem encontrar alguns dos melhores miradouros do Grand Canyon e também alguns dos trilhos mais populares. Há um pouco de tudo disponível… desde miradouros de fácil a acesso até trilhos bem exigentes.

Além disso, esta é uma das zonas com mais infraestruturas de apoio, como restaurantes, lojas e alojamentos.

Se apenas têm um dia disponível para visitar o Grand Canyon, então o South Rim é provavelmente a melhor escolha.

Por outro lado, o North Rim é uma das zonas mais remotas do Grand Canyon. As vistas são idênticas às do South Rim, com a diferença que irão encontrar esta parte do parque bem mais vazia.

No entanto, o North Rim encerra nos meses mais frios (por exemplo, em 2024, esteve aberto de maio a outubro) e, por isso, se visitarem o parque durante o inverno, esta não é uma opção que valha a pena considerar.

Na zona este do Grand Canyon irão encontrar algumas das paisagens mais surpreendentes, como é o caso do Horseshoe Bend ou do Antelope Canyon. Tecnicamente, esta zona não faz parte do Grand Canyon National Park, mas sim do Glen Canyon National Recreation Area.

Vão por mim e acreditem que vale muito a pena tentar encaixar esta zona no vosso roteiro do Grand Canyon!

Esta é a parte provavelmente mais desinteressante do Grand Canyon, sendo a sua principal atração a Skywalk – um miradouro com o chão envidraçado. O miradouro até parece giro, no entanto, o preço para o visitar é um bocadinho puxado (o bilhete mais barato começa nos 68 USD).

Esta é a zona do Grand Canyon que fica mais próxima de Las Vegas e, por esse motivo, recebe ainda alguns visitantes anualmente.

Uma vez que existem várias “zonas” do Grand Canyon, a melhor forma de chegar ao Grand Canyon pode depender. Existem alguns aeroportos regionais na zona, mas uma vez que a maioria destes apenas oferece poucos voos comerciais domésticos, vou apenas falar dos aeroportos mais próximos do Grand Canyon e que têm oferta de voos internacionais.

Os principais aeroportos internacionais mais próximos do Grand Canyon são:

• Phoenix Sky Harbor International Airport (Phoenix) – mais próximo do South Rim, Grand Canyon West e Grand Canyon East
• Harry Reid International Airport (Las Vegas) – mais perto do Grand Canyon West
• Salt Lake City International Airport (Salt Lake City) – é a opção mais longe destas 3

Aterrando num destes aeroportos, sugiro alugar um carro e conduzir até ao Grand Canyon. Ter um carro irá permitir-vos ter uma maior flexibilidade nas deslocações, dentro e fora do parque. Outra opção é contratar uma empresa que faça ligações aéreas entre um destes aeroportos e os aeroportos mais regionais, mais próximos do Grand Canyon (e.g. Grand Canyon National Park Airport, Flagstaff).

💡 DICA EXTRA: Quando visitei o Grand Canyon National Park, estava também a fazer uma road trip por outros parques nacionais nos Estados Unidos. Sem dúvida que alugar carro foi a melhor opção, pois deu-me imensa flexibilidade para fazer o percurso que pretendia. Aluguei um Toyota Rav4 na Avis em Los Angeles e gostei bastante do serviço. Ainda que não tenha precisado para o que visitei no Grand Canyon National Park, acabei por pagar um pouco mais e aluguei um jipe, o que é uma excelente opção se quiserem percorrer algumas das estradas dos parques dos EUA.

Outra forma possível e diferente para chegar ao Grand Canyon é fazer uma viagem de comboio a vapor pela Grand Canyon Railway que parte diariamente da cidade histórica de Williams.

A entrada no Grand Canyon é paga. Existem vários bilhetes de entrada e passes disponíveis. Por exemplo, os valores de entrada com um veículo privado são 35 USD (o preço é por veículo e não por pessoa). Esta entrada dá acesso ao parque durante 7 dias! Existe também um passe anual que custa 70 USD.

Este bilhete de entrada no Grand Canyon dá acesso tanto ao South Rim como ao North Rim. No entanto, uma vez que as zonas do Grand Canyon West e Grand Canyon East não fazem parte, tecnicamente, do parque nacional, é possível ter que pagar um bilhete extra para visitar alguns dos seus principais pontos de interesse. É esse o caso com o Antelope Canyon, Skywalk ou o Horseshoe Bend, por exemplo.

No entanto, caso pretendam visitar outros parques nacionais nos Estados Unidos, existem outras opções que compensam mais. Um desses exemplos é o passe anual America the Beautiful. Este passe tem um custo de 80 USD por veículo e é válido durante um ano para todos os parques nacionais no país. Face ao valor médio de entrada nos vários parques, basta visitar 3 parques nacionais num ano para compensar comprar o America the Beautiful! Mais informação sobre os passes disponível aqui.

Qualquer um destes bilhetes ou passes pode ser comprado nas entradas dos vários parques nacionais. Alerto, no entanto, que a maioria das entradas no Grand Canyon apenas aceita pagamento com cartão. Podem também comprar online para reduzir o tempo na entrada do parque 😉.

Caso optem por comprar o passe anual do America the Beautiful, após a compra no primeiro parque, terão de apresentar o passe e um documento de identificação ao entrarem nos parques seguintes, já que o passe é intransmissível.

Ao contrário de outros parques nacionais nos Estados Unidos em que não existe rede móvel, no Grand Canyon é diferente, especialmente no South Rim onde existem várias infraestruturas de apoio.

Apesar da internet não ser perfeita e nem sempre existente, comparativamente com outros parques, funciona muito bem! Mesmo assim, uma vez que a rede pode falhar, sugiro descarregar o mapa da zona do parque que vão visitar para ficar disponível em offline no Google Maps.

Dada a popularidade do South Rim do Grand Canyon National Park, existem shuttles que percorrem a maioria das estradas nesta zona do parque. Algumas destas estradas estão fechadas para a circulação de veículos particulares durante grande parte do ano (e.g. Hermit Road). A utilização do shuttle está incluída no preço de entrada no parque e não é necessário reservar para o utilizar.

De qualquer forma, ter um carro irá sempre dar jeito para explorar outras zonas do South Rim como a Desert View Drive. Além disso, se forem para outras partes do Grand Canyon que não o South Rim, o carro irá ser também bastante útil.

Existem 4 linhas de shuttle no Grand Canyon National Park:

Linha do shuttle	Primeiro Shuttle	Último Shuttle	Frequência	Informações Gerais	Período de funcionamento
Village Route (Blue)	6h30	20h30	10 a 15 minutos (depende das horas do dia)	Conecta o Visitor Center Shuttle Bus Terminal com alguns alojamentos, restaurantes e lojas	Todo o ano
Kaibab Rim Route (Orange)	5h00	20h30	15 minutos	Percurso não é circular e cada um dos sentidos para em locais diferentes.	Todo o ano
Hermits Rest Road (Red)	8h00	19h	10 a 15 minutos (depende das horas do dia)	Estrada por onde passa este shuttle está encerrada de 1 de março a 30 de novembro.	1 de março a 30 de novembro
Tusayan Route (Purple)	8h00	21h00	45 minutos	Shuttle serve a cidade de Tusayan e é uma excelente forma de chegar ao parque para quem fica alojado em Tusayan	Início da primavera ao outono

Existem também um quinto shuttle (Hikers’ Express Shuttle) que funciona apenas de manhã cedo, fazendo uma ligação direta entre a Grand Canyon Village e o South Kaibab Trailhead – um dos trilhos mais populares no South Rim.

Uma vez que estes horários estão sujeitos a alterações e algumas das linhas não funcionam todo o ano, recomendo vivamente a consulta prévia da informação mais atualizada sobre os horários de funcionamento dos shuttles no Grand Canyon (South Rim).

Partilho também este mapa com as linhas do shuttle no South Rim do Grand Canyon para ajudar no planeamento da vossa viagem:

💡 DICA EXTRA: Dada a afluência de turistas no Grand Canyon, é habitual encontrar filas longas para os shuttles. Assim, se planeiam começar o dia junto ao Visitor Center, sugiro chegarem cedo (antes das 9h) para conseguirem encontrar lugar de estacionamento e não terem de esperar muito pelo shuttle.

Embora existam muitos lugares de estacionamento junto ao Centro de Visitantes, nos meses com mais turistas no parque, os lugares rapidamente esgotam. Assim, é importante chegar cedo para assegurar lugar!

Junto ao Centro de Visitantes existem 4 parques disponíveis, conforme podem ver na imagem abaixo.

Se chegarem ao parque e estes lugares já estiverem ocupados, sugiro que tentem encontrar estacionamento perto da Market Plaza ou do Village Historic District. Mais informações sobre estacionamento no Grand Canyon aqui.

A escolha do alojamento no Grand Canyon vai depender da parte que pretendem visitar. Uma vez que este roteiro apenas está focado no South Rim e em alguns pontos de interesse do Grand Canyon East, vou apenas mencionar alojamentos para estas duas zonas.

Uma primeira opção e provavelmente a mais cara, é ficar alojado dentro do parque na Grand Canyon Village num dos alojamentos existentes: Thunderbird Lodge, El Tovar, Bright Angel Lodge, Maswick Lodge e Kachina Lodge. Estes alojamentos têm a vantagem de ficarem próximos do shuttle, não sendo preciso carro para visitar a maioria dos locais de interesse no parque.

Também bastante perto do parque, podem ficar na cidade de Tusayan, que tem várias ofertas de alojamento:

No entanto, ainda que seja fora do parque, as opções de alojamento em Tusayan são também bastante caras.

Uma terceira opção é procurar alojamento nas cidades mais “próximas” como Valle (50 km/30 mi), Red Lake (69 km/43 mi), Williams (100 km/60 mi) ou Flagstaff (130 km/80 mi). No meu caso, optei por ficar em Williams no Motel 6 Williams. O quarto estava limpo e era confortável, mas esta foi a experiência mais típica de motel que tive na minha road trip pelos EUA (e acreditem que fiquei maioritariamente em móteis).

Por fim, há sempre a hipótese de acampar. Para tal, sugiro a consulta do site oficial para mais informações sobre campismo no Grand Canyon.

Uma das melhores zonas para procurar alojamento na zona do Grand Canyon East é a cidade de Page. Existe uma oferta ainda considerável de alojamentos e a cidade tem boas infraestruturas de apoio, nomeadamente de restaurantes.

Fiquei hospedada no Hyatt Place Page e gostei bastante. O pequeno-almoço era variado e os quartos eram espaçosos e modernos.

No entanto, existem outras opções de alojamento disponível em Page:

Ao contrário de outros parques nos Estados Unidos, é possível comprar comida e fazer refeições no interior do Grand Canyon National Park, tanto no South Rim como no North Rim. Podem consultar as ofertas existentes de restaurantes no site oficial.

Existem imensas atividades interessantes que se pode fazer no Grand Canyon. Uma das mais populares é, sem dúvida, fazer uma viagem de helicóptero para observar ainda melhor a dimensão do Grand Canyon.

É uma atividade ainda um pouco cara, mas parece valer muito a pena 🥰.  Todas as pessoas com quem falei e que fizeram este passeio de helicóptero, gostaram imenso. Por exemplo, esta tour tem comentários muito positivos e inclui uma viagem de helicóptero de 45 minutos.

Para vos ajudar no planeamento da viagem ao Grand Canyon National Park, compilei os seus principais pontos de interesse num mapa. No mapa, podem encontrar as melhores coisas a fazer no Grand Canyon (South Rim) num dia e os principais locais de interesse no Grand Canyon East.

No mapa, podem também consultar a localização das várias paragens das várias linhas de shuttle do South Rim.

📌COMO USAR O MAPA: Clicar no canto superior esquerdo para aceder às várias visões (layers) do mapa. É possível selecionar as visões que pretendemos visualizar e também obter mais informação sobre cada um dos pontos de interesse, clicando no mesmo na barra lateral esquerda ou sobre o pin no mapa. Adicionem o mapa ao vosso Google Maps, clicando na estrela junto ao título. Para aceder ao mapa, basta ir aos Guardados do Google Maps e clicar em Mapas!

A dimensão do Grand Canyon é qualquer coisa de extraordinária. Poderíamos passar dias a fio no parque que não seria possível visitar tudo. No entanto, para primeiros visitantes, 2 dias já é uma boa duração para conhecer duas das zonas mais bonitas deste incrível parque.

Assim, sugiro distribuir o tempo disponível pelos 2 dias da seguinte forma: 1 dia no South Rim e 1 dia no Grand Canyon East para visitar o Antelope Canyon e o Horseshoe Bend. Esta é, para mim, uma das melhores formas de ver o Grand Canyon, já que inclui algumas dos seus pontos de interesse mais bonitos 😍.

Abaixo, podem encontrar o roteiro separado em dois dias, sendo que podem trocar a ordem dos dias caso faça mais sentido para a vossa viagem.

Este roteiro de 2 dias no Grand Canyon pressupõe que no dia 1 já acordam perto do South Rim e que vão em direção ao Grand Canyon East ainda no dia 1.

O South Rim é onde encontramos algumas das melhores coisas que se pode fazer no Grand Canyon. Falo dos miradouros quase infinitos com vistas magníficas sobre o desfiladeiro mais conhecido do mundo e também de trilhos que permitem conhecer o parque de outra perspetiva.

Um dia no South Rim irá dar-vos a oportunidade de visitar a maioria dos miradouros do South Rim e ainda fazer parte do trilho do South Kaibab. Aviso, desde já, que nenhuma das fotos abaixo faz justiça à dimensão do Grand Canyon! Quando estava lá, a certo ponto, comecei a achar os miradouros todos muito similares, mas havia uma coisa que nunca parava de me surpreender: a dimensão do desfiladeiro.

Iniciem o dia bem cedo para fazer parte do South Kaibab Trail. Este é considerado habitualmente o melhor trilho no Grand Canyon e é um trilho que permite descer o desfiladeiro até ao rio Colorado. É um percurso desafiante, pois a ida é sempre a descer e o percurso não é circular, o que significa que o regresso é maioritariamente a subir.

O trilho tem vistas surpreendentes durante quase todo o percurso! Além disso, este trilho vai oferecer-vos uma oportunidade única de caminhar na parte inferior do desfiladeiro do Grand Canyon.

Uma vez que o tempo é limitado, sugiro que façam o percurso apenas até ao primeiro miradouro – Ooh Ahh Point. Ir e regressar deste miradouro são apenas 2.9 km (1.8 mi). Reservem cerca de 2h para fazer esta parte do trilho, já incluindo tempo para fotos.

O South Kaibab Trail é muito concorrido e, por isso, recomendo iniciar o trilho o mais cedo possível. Além disso, nos meses mais quentes, fazer o trilho mais cedo, faz com que evitem as horas de maior calor.

Informações úteis sobre o trilho:

• Início do trilho: South Kaibab Trailhead
• O acesso a este trilho é feito pela Yaki Point Road, que não é acessível por carros. Recomendo utilizar um dos shuttles disponíveis para o efeito. Se começarem cedo, há o Hiker’s Express Shuttle que é mais direto.
• Outra alternativa para chegar ao início do trilho é deixar o carro na Desert View Road, onde é possível circular com veículos privados. No entanto, ainda é preciso caminhar um pouco até ao início do trilho. Na minha opinião, faz mais sentido usar o shuttle.
• Distância até ao Ooh Ahh Point: 2.9 km (1.8 mi) ida e volta
• Dificuldade moderada, pois o regresso é sempre a subir

💡 DICA EXTRA: Se têm mais tempo disponível e gostavam de fazer mais um pouco deste trilho, sugiro a consulta de informações adicionais sobre o mesmo. Este é um trilho exigente e, por isso, convém ir preparado para o mesmo.

Despachada a parte mais difícil do dia, está na hora de começar a apreciar o Grand Canyon de diferentes perspetivas. Existem muitos miradouros no South Rim e a maioria é facilmente acessível.

Ao longo da Orange Route do shuttle existem alguns miradouros que vale a pena considerar, especialmente tendo em conta que são bastante próximos da Grand Canyon Village.

O primeiro miradouro a considerar é o Mather Point, que é provavelmente o miradouro mais conhecido do parque, já que fica apenas a alguns metros a pé do Visitor Center.

Este miradouro tem uma infraestrutura metálica que nos permite chegar junto do precipício, mas, apesar da vista ser bonita, acaba por não ser o melhor miradouro, pois costuma estar sempre bastante cheio!

Outro miradouro interessante para considerar é o Yavapai Point. Desde o Mather Point são cerca de 20 minutos a pé. Aliás, uma das formas mais divertidas para explorar estes miradouros é através do Rim Trail. Contudo, para efeitos deste itinerário, sugiro que usem o shuttle (linha laranja) para se deslocarem entre estes miradouros.

💡 DICA EXTRA: Junto ao Yavapai Point podem também visitar o Museu de Geologia de Yavapai, onde é possível aprender mais sobre a formação geológica do Grand Canyon.

O Yaki Point é outro que vale a pena considerar. Se começarem o dia pelo South Kaibab Trail, então visitem o Yaki Point primeiro já que fica mesmo ao lado. Deste miradouro é possível observar parte do South Kaibab Trail.

Em época baixa, é também possível conduzir na estrada que liga estes miradouros, mas pode ser difícil encontrar lugar de estacionamento em alguns casos. Além disso, o Yaki Point apenas é acessível através de shuttle.

💡 DICA EXTRA: Como visitei em abril e o parque não estava assim tão lotado, acabei por conduzir entre o Centro de Visitantes e a Grand Canyon Village, onde se apanha a Red Route do shuttle para fazer a Hermit Road. No entanto, em época alta recomendo usar o shuttle azul para fazer o percurso entre estes dois pontos, já que os lugares de estacionamento junto à Grand Canyon Village enchem rapidamente.

A Hermit Road é uma das estradas mais importantes no South Rim. Tem cerca de 11 km (7 mi), começando na Grand Canyon Village e terminando na Hermit’s Rest.

Esta estrada encontra-se fechada a veículos privados de 1 de março a 30 de novembro, pelo que é necessário usar a Red Route do shuttle para visitar os miradouros lá existentes quase todo o ano. Mesmo nos meses em que é possível circular com carro particular na estrada, nem sempre é fácil encontrar estacionamento junto aos miradouros.

Acabei por visitar quase todos os miradouros na Hermit Road. Muito honestamente, todos são bonitos, mas acabam por parecer idênticos a partir de certo ponto. Um dos meus preferidos talvez tenha sido o Mohave Viewpoint por se conseguir ter uma visão mais clara do rio Colorado.

Estes foram os miradouros que visitei ao longo da Hermit Road:

• Trailview Overlook
• Powell Point
• Hopi Point – bastante popular para assistir ao pôr e nascer do sol no Grand Canyon
• Mohave Point
• The Abyss
• Pima Point

Alguns miradouros ficam relativamente próximo uns dos outros e, por isso, podem optar por fazer algumas partes do percurso a pé, evitando ter de esperar pelo shuttle. Por exemplo, foi isso que fiz entre o Hopi Point e o Powell Point, que ficam bastante próximos.

💡 DICA EXTRA: É possível fazer este percurso de bicicleta, que se pode alugar no parque. Uma vez que os shuttles também transportam bicicletas, só precisam de fazer o percurso de bicicleta num sentido.

Se acham que a lista de miradouros do Grand Canyon termina aqui, enganam-se! Há ainda outra estrada que podem percorrer para procurar mais oportunidades de fotografar este espetáculo da Natureza.

A estrada é a Desert View Drive na parte este do South Rim, em direção à saída do parque. Esta é a única parte no South Rim onde não existe um serviço de shuttle disponível, pelo que podem conduzir um veículo privado.

Estes foram os miradouros que visitei ao longo da Desert View Road:

• GrandView Point
• Moran Point
• Desert View Watchtower

Já que estes miradouros estão localizados numa estrada em que não é preciso utilizar o shuttle, são alguns dos mais concorridos no Grand Canyon. Especialmente o Desert View Watchtower, onde existe um parque de estacionamento grande e algumas infraestruturas de apoio, como casa de banho, um restaurante e uma loja.

É possível subir ao topo da torre para vistas panorâmicas do local. Mais informações aqui.

Apesar deste ser um miradouro muito popular, basta afastarem-se um pouco da zona principal e encontram zonas mais sossegadas onde podem tirar fotos à vontade.

O segundo dia pelo Grand Canyon irá oferecer algo muito diferente das paisagens que viram no South Rim! O Grand Canyon East é espetacular, mas não é aqui que irão encontrar aquela imagem típica do Grand Canyon.

Para otimização deste itinerário, sugiro que comecem este dia em Page, que é uma cidade próxima de tudo o que vou sugerir visitar nesta parte do Grand Canyon. Relembro que tecnicamente esta zona não faz parte do parque nacional do Grand Canyon.

Mesmo sem nunca terem pesquisado sobre o Antelope Canyon, aposto que já viram uma imagem deste como screensaver do Windows 😁. Tinha tanta curiosidade em conhecer o Antelope Canyon, que este era dos locais que mais queria visitar na minha road trip pela região do Southwest nos EUA.

E que experiência magnífica que foi! O Antelope Canyon é algo mesmo especial, algo que dificilmente encontramos em qualquer outra parte do mundo. Este slot canyon é formado pela erosão da água da chuva.

Na verdade, fala-se em Antelope Canyon, mas existem duas opções: Upper Antelope Canyon e Lower Antelope Canyon.

Ambos ficam em Page (Arizona) e apenas são visitáveis através de visita guiada. Dada a popularidade destes canyons, convém marcar a visita o mais cedo possível. Existem várias tours disponíveis (normais ou de fotografia), sendo que o preço varia também consoante a hora do dia em que visitam. Em determinadas horas do dia, é mais provável observar o fenómeno dos feixes de luz a entrarem no canyon, encarecendo a visita.

O Upper Antelope Canyon é ligeiramente mais caro e é o mais popular dos dois. Eu acabei por visitar o Lower Antelope Canyon e, na altura, o guia que nos acompanhou, indicou que preferia o Lower Antelope Canyon até porque era mais comprido.

As tours duram, em média, cerca de 1h30, sendo que no interior do canyon demora-se 1 hora. Apesar das tours serem com bastantes pessoas e o canyon ficar muito cheio (o que dificulta as fotos!), a experiência foi maravilhosa, mesmo assim.

Reservei esta tour diretamente no Get Your Guide (o operador era o Ken’s Tours) e não podia recomendar mais 😊. Foi uma experiência que jamais vou esquecer. Ficou por cerca de 80€ por pessoa.

Não muito distante do Antelope Canyon, sugiro também visitar o Horsehose Bend. Esta é uma paisagem bastante fotografada e uma das mais populares junto do rio Colorado.

A entrada por veículo no Horseshoe Bend é 10 USD. Depois de passarem na entrada, há um grande parque de estacionamento e daí são alguns minutos a pé até ao miradouro.

Este é um sítio bem popular, por isso, não esperem estar sozinhos aqui. A melhor altura para visitar o Horseshoe Bend é ao nascer e ao pôr do sol, sendo o pôr do sol a altura do dia em que mais pessoas visitam.

Embora este sítio seja visitado por um elevado número de pessoas, facilmente encontram um local mais vazio para tirar fotos.

Outro must-do em Page é um passeio de kayak pelo Lago Powell. Esta é uma forma de ficarem a conhecer esta região de uma perspetiva totalmente diferente e única. Além disso, andar de kayak é sempre uma diversão. Por exemplo, esta tour está bem classificada e tem uma duração de 3h30.

💡 DICA EXTRA: Se tiverem algum tempo extra ou dependendo do destino seguinte, podem fazer parte do Route 66, passando em alguns locais emblemáticos desta estrada como Williams, Kingsman ou Seligman.

Ainda que não tenha mencionado muitos trilhos ao longo deste artigo, a verdade é que há algumas opções muito interessantes neste parque (tal como o South Kaibab Trail ou o Bright Angel Trail). No entanto, alguns destes trilhos são bastante exigentes e, por esse motivo, deixo algumas recomendações oficiais do parque.

A exigência de alguns trilhos é tal, que existem várias operações de resgate por ano. Assim, sigam ao máximo as recomendações oficiais do parque:

• Proteger do sol com chapéu, óculos de sol, roupa clara e protetor solar.
• Garantir a hidratação necessária para o decorrer do trilho, especialmente se forem descer para o canyon.
• Planear a visita antecipadamente de forma a evitar fazer os trilhos nas horas de maior calor.
• Nos dias com menos horas de luz, calcular bem a hora de regresso do trilho, pois escurece mais cedo.
• Se vão percorrer o trilho sozinhos, avisar alguém conhecido que o vão fazer.
• Planear o regresso ao carro consoante o horário de partida do último shuttle do dia.
• Garantir que sabem onde podem estacionar e que shuttles (e respetivas paragens) utilizar para aceder ao início dos trilhos.

Por fim, não se esqueçam do princípio Leave No Trace (traduz para ‘não deixar qualquer rasto’), cumprindo os seus 7 princípios: preparar a visita antecipadamente, desfazer-se do lixo nos locais apropriados, deixar tudo de forma igual à que encontrámos, minimizar impactos de eventuais fogueiras, respeitar a vida selvagem, ser respeitoso para os outros visitantes e cumprir as regras para acampar.

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