O arquipélago das Berlengas é um verdadeiro paraíso em Portugal e diferente de tudo o resto existente no país. Aqui irão encontrar uma Natureza mais em estado puro, paisagens que vos deixam boquiabertos e uma cor da água simplesmente irresistível. Deixo-vos, então, o meu guia completo para poderem visitar as Berlengas.

Atualmente consideradas Reserva Natural da Biosfera pela UNESCO, as Berlengas são um arquipélago composto por ilhas graníticas que está localizado a 15 km da costa Oeste de Peniche.

O Arquipélago é composto por 3 ilhéus (Berlenga Grande, Estelas e os Farilhões-Forcados) mas é a Berlenga Grande que se destaca pela sua maior dimensão. Aliás, sempre que mencionar as Berlengas ao longo deste artigo estarei apenas a referir-me à ilha da Berlenga Grande.

A altura mais habitual para visitar as Berlengas é no verão. Primeiro por as temperaturas serem mais amenas, existem mais meios disponíveis para lá chegar e é também nesta altura que o restaurante da ilha se encontra aberto.

No entanto, é também possível visitar noutras alturas do ano, ainda que seja menos recomendado devido às piores condições climatéricas.

A maioria das pessoas opta por visitar as Berlengas num dia só. A ilha é bastante pequena e, por esse motivo, é fácil visitá-la num dia único. Mas tudo depende das atividades que pretenderem fazer 😊 Se tiverem em interesse muitas das experiências disponíveis, se calhar a melhor opção será mesmo pernoitar 1 noite na ilha. No entanto, para os restantes, desde que tentem apanhar o primeiro barco da manhã em Peniche e voltar num dos últimos, à partida 1 dia completo será suficiente.

Apenas 350 pessoas podem visitar a ilha diariamente e o acesso faz-se pelo mar desde Peniche. 

A viagem de barco demora cerca de meia hora, mas pode demorar um pouco mais (até 45 minutos) se o mar estiver mais agitado nesse dia. Os preços variam consoante a época do ano e diferem para crianças. Algumas empresas oferecem pacotes mais económicos que incluem também já visitas às grutas e/ou outras experiências (snorkeling, kayak, etc) 😉.

A partida do barco é feita no porto marítimo de Peniche, onde existem várias empresas com serviço de transporte de barco até às Berlengas. Deixo aqui o nome de algumas das empresas mais conhecidas:

• Julius
• Feeling Berlenga
• Odisseia Viva
• Viamar
• Berlengatur 

Este passeio é bastante concorrido pelo que recomendo vivamente reservar uns dias antes. Aliás, o ideal será mesmo reservar online para garantir que existe disponibilidade para o dia pretendido.

Recentemente, foram introduzidas novas restrições de acesso às Berlengas:

• Todos os visitantes têm de registar a sua visita às Berlengas neste site
• É também necessário pagar uma taxa turística de 3€ por cada visitante

💡 DICA EXTRA: Se habitualmente sofrem com enjoos ao andar de barco, esta viagem é bem conhecida por provocar bastantes enjoos (especialmente em dias em que o mar está mais agitado)! Por isso, previnam-se e tomem um comprimido contra o enjoo antes de iniciarem a viagem. Adicionalmente, podem questionar a operadora com quem vão realizar a viagem qual é o dia em que o mar estará mais calmo.

A maioria dos visitantes da ilha não pernoita lá, no entanto, tal é possível. Se tiverem interesse em pernoitar na ilha, poderão fazê-lo em 3 locais distintos:

• Forte São João Baptista: reserva deve ser feita diretamente com a Associação dos Amigos das Berlengas
• Pavilhão Mar e Sol: conta apenas com 6 quartos e os preços são bem mais elevados, devendo ser reservado com bastante antecedência
• Parque de Campismo: limitado a 40 tendas, cada noite de campismo na ilha custa 8€. Também aqui convém reservar de antemão junto do Posto de Turismo de Peniche

Para os restantes que pretendem aproveitar a ilha sem lá pernoitar, a melhor opção é mesmo dormir em Peniche onde existem vários alojamentos disponíveis.

O Forte de São João Baptista é provavelmente o cartão postal da ilha da Berlenga Grande. Apesar de não se conhecer a data de construção do mesmo, sabe-se que a atual configuração data de 1651 após uma (re)construção do mesmo sob o governo de D. João IV.

Existem várias histórias de ataques piratas e bombardeamentos ao Forte e o mesmo chegou a servir de prisão entre o século XVII e o século XVIII.

O forte foi novamente recuperado na década de 50 após ter deixado de ser usado para fins militares a partir de 1914. O acesso ao forte implica descer uma escadaria, mas é um percurso relativamente simples.

Localizado onde antigamente existia o Mosteiro da Misericórdia, este bairro é constituído por 20 casas e é a única povoação no Arquipélago das Berlengas.

Mandado construir em 1940, este Bairro tinha como objetivo oferecer habitação aos pescadores que ali viviam na altura. É aqui que também se situa o restaurante e o minimercado da ilha.

Situada junto ao Bairro dos Pescadores, esta é a praia mais famosa da ilha. O areal é pequeno, mas a beleza da cor da água vai ajudar-vos a esquecer que esta é completamente gelada.

O acesso à praia é relativamente simples e esta praia está situada estrategicamente junto ao cais de embarque da ilha.

Existem ainda outras praias – Praia do Forte ou Praia Cova do Sonho – menos conhecidas. Estas praias são de mais difícil acesso e em maré alta quase que não têm areia.

Localizado no ponto mais alto da Berlenga Grande, este farol foi mandado construir pelo Marquês de Pombal em 1758, tendo entrado em funcionamento apenas em 1842.

O Farol é visitável todas as quartas-feiras das 14h às 17h e a visita é gratuita.

Este é o trilho mais curto na ilha (1,5 km ida e volta) e é relativamente simples de ser realizado. Durante o percurso, poderão avistar os outros ilhéus do arquipélago (Estelas e Farilhões) e ainda o Cabo Carvoeiro em alguns dias.

Ao percorrerem este trilho, irão também passar pelas colónias de gaivotas, bem características da ilha da Berlenga Grande.

Este é um trilho mais longo (3 km só ida) e vai até ao ponto mais sudoeste da ilha. Neste percurso irão passar pelo Farol bem como pelo Forte São João Baptista.

💡 DICA EXTRA: Os trilhos estão bem definidos e, apesar de em algumas situações, parecer existir outros percursos possíveis, devemos respeitar as sinalizações e não ir para além dos trilhos assinalados. Importa também referir que para tornar o passeio mais cómodo, ambos os trilhos não devem ser feitos de chinelos.

Existem várias grutas que podem visitar na ilha das Berlengas e a sua maioria dificilmente é acessível por conta própria. O preferível será mesmo recorrer às empresas que fazem a travessia de barco entre Peniche e a ilha, já que muitas vezes têm pacotes especiais que já incluem visitas às grutas.

A gruta Furado Grande é provavelmente a mais conhecida, contando com 70 metros de comprimento, mas existem também outras como a Gruta Cova do Sonho e a Gruta Furado Pequeno.

A cor da água e a relevância da Natureza neste local faz com que este seja também um local de excelência para a prática de algumas atividades como mergulho, snorkeling, canoagem ou paddle. Se tiverem interesse em alguma das atividades, podem solicitar mais informações junto das operadoras de barco localizadas no porto de Peniche.

Por ser um dos locais com menor intervenção humana em Portugal, aqui irão encontrar várias espécies de animais e plantas únicas no país. Um exemplo disso é o Airo – uma ave única nas Berlengas, sendo até o símbolo do arquipélago. Se tiverem interesse, as Berlengas são um excelente local para observação de algumas destas espécies únicas.  

Apesar de ser um local sem habitantes e relativamente isolado, existe um restaurante na ilha – Restaurante Mar e Sol (aberto entre maio e setembro). O espaço conta com uma esplanada e os preços são relativamente acessíveis. Não se esqueçam de levar dinheiro físico já que não existem multibancos na ilha.

Para quem está hospedado na Forte de São João Baptista, poderá também usufruir do refeitório do Forte onde servem alguns pratos diários.

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