A Albânia é um país incrível! Tive oportunidade de visitar em 2022 e rapidamente este se tornou dos meus destinos preferidos na Europa. O país é barato, as pessoas muito simpáticas, as paisagens que vão desde as montanhas às praias de água cristalina, uma história bem marcante e cidades que parecem saídas de um filme.

Motivos para visitar a Albânia não faltam, é verdade 🥰. No entanto, há que relembrar que a Albânia somente é um país “livre” desde os anos 90 e que, por esse motivo, tem algumas características particulares que pode não coincidir com a típica imagem que temos dos países europeus.

Assim, e para vos ajudar a planear melhor a vossa ida a este país que tanto tem para oferecer, decidi escrever este artigo com dicas úteis para quem vai embarcar numa viagem até à Albânia. Algumas são mais estranhas do que outras, mas o meu objetivo é que saibam com o que contar na Albânia!

Dada a falta de uma boa rede de transportes públicos, o carro é, muitas das vezes, o meio de transporte mais prático e recomendado. Aliás, foi esta a opção que acabei por escolher devido à flexibilidade que me permitiu ter para visitar a Albânia.

Mesmo assim, é também possível escolher viajar de transportes públicos. Estes resumem-se essencialmente aos autocarros e a pequenos furgões, já que a rede de comboios deixa (muito) a desejar. No entanto, há que ter em atenção que:

• raramente conseguimos encontrar a versão mais atual dos horários destes serviços
• os horários indicados são, muitas vezes, não cumpridos
• não há propriamente estações de autocarro, sendo muitas delas localizadas no meio das estradas

💡 DICA EXTRA: Um dos melhores locais para procurar informação sobre transportes na Albânia é neste site. No entanto, recomendo que, sempre que possível, confirmem no local se os horários apresentados no site são fidedignos para o dia em que pretendem viajar.

Regra geral, as estradas na Albânia estão em boas condições. Na minha viagem pela Albânia, a única exceção que encontrei foi um troço da estrada que liga Shkodër a Komani. E mesmo relativamente a esta estrada, locais indicaram-me que existe um projeto que visa a sua remodelação.

No entanto, os albaneses são conhecidos pela sua condução, digamos que, meio frenética. Existe muita impaciência no trânsito, buzinadelas por tudo e por nada. Conduzir na Albânia é, portanto, uma verdadeira aventura!

Não se espantem, por exemplo, de ver carros a passar linhas contínuas duplas ou a criar uma terceira faixa inexistente para realizar ultrapassagens ou a atravessarem-se à vossa frente quando não têm prioridade 😂.

Dito isto, e tendo alugado carro quase na totalidade de toda a minha viagem pela Albânia, a certo ponto, acabei por achar até divertido conduzir nas estradas albanesas. De qualquer forma, alerto que isto é meramente a minha experiência no país e que estou habituada a conduzir em grandes cidades.

Por isso, caso não se sintam muito à vontade a conduzir, diria para optarem por transportes públicos ou por tours organizados para conhecer o país.

Quando planeava a minha viagem à Albânia, li em vários blogues que a maioria dos restaurantes (e muitas vezes até hotéis) não aceitam pagamentos com cartão. Apesar de isto ter-se revelado menos verdade do que estava à espera, são muitos os locais com um aviso à entrada de “cash only”.

Deste modo, sugiro vivamente que andem sempre com algum dinheiro convosco, pois facilmente se encontrarão numa situação em que não podem usar cartão.

💡 DICA EXTRA: Recomendo a utilização do cartão Revolut para evitarem pagar taxas adicionais ao levantar e pagar noutra moeda. Se ainda não têm Revolut, podem ver todos os motivos para este cartão ser um dos melhores amigos dos viajantes aqui.

Algumas zonas das grandes cidades (especialmente, em Tirana) têm um aspeto um pouco duvidoso à primeira vista. É bastante comum encontrar os prédios inacabados, ainda em tijolo. Além disso, os fios dos serviços de eletricidade e telecomunicações estão também habitualmente todos entrelaçados nas ruas.

No entanto, apesar desta visão ser algo que se estranha bastante inicialmente (afinal de contas, estamos na Europa), rapidamente percebemos que é perfeitamente normal e que tal não significa que estamos numa zona menos recomendada.

Para além do que já mencionei sobre a condução mais atrevida do povo albanês, importa também referir que em alguns casos devemos conduzir de forma especialmente cuidadosa.

Não são poucas as vezes em que encontramos peões em plena autoestrada ou via rápida, ou condutores de mota sem capacete na estrada. Deste modo, e para evitar acidentes graves, recomendo atenção redobrada nos momentos de condução.

Li em alguns sites que nem sempre era seguro viajar na Albânia. Contudo, a minha experiência foi bastante positiva. Nunca me senti insegura (nem à noite) e andei frequentemente com a máquina fotográfica e o telemóvel visíveis.

No entanto, é de reforçar que tive, como habitual em todas as viagens que faço, os cuidados habituais (e.g. não deixar os bens valiosos na parte de frente da mochila).

De qualquer forma, há duas zonas que efetivamente recomendam não visitar na Albânia (zona junto à fronteira com o Kosovo e Lazarat). Todavia, não tenho qualquer experiência nestes dois locais, pelo que alerto meramente para algumas dicas que vi online.

A língua na Albânia é o albanês, uma língua que não se compara com mais nenhuma. Assim, para além das expressões básicas, não será fácil tentar falar albanês.

Mas tal não é problema, pois a população expressa-se, regra geral, muito bem em inglês! E, em alguns casos até, conseguem encontrar albaneses que falam italiano, já que o país chegou a estar ocupado por Itália.

Para um turista que venha de outros países europeus é fácil considerar a Albânia um país barato, especialmente no que diz respeito a alojamentos e refeições.

Facilmente uma refeição num restaurante médio custa 6€ por pessoa e uma noite num quarto com WC privativo cerca de 15€ por pessoa. Claro que existem valores mais altos (e também baixos), dependendo sempre da experiência que procuramos.

No entanto, é inegável que a Albânia é um dos países mais baratos na Europa.

Apesar do país ter estado praticamente isolado do mundo até aos anos 90, o povo albanês é dos mais acolhedores da Europa. As pessoas estão dispostas a ajudar e são bastante afáveis.

Quando se fala em praias na Europa, rapidamente pensamos na Grécia, na Croácia ou em Itália, por exemplo. No entanto, já ouviram falar da Riviera Albanesa?

Se estão a ler este artigo, a probabilidade é que já tenham pesquisado sobre as praias na Albânia. Por isso, vou apenas confirmar que as praias são fantásticas! A água é bastante quentinha, o mar calmo e a água de tons azul-turquesa. Assim, recomendo que reservem alguns dias do vosso itinerário pela Albânia para visitar a Riviera Albanesa.

A gastronomia da Albânia é surpreendentemente uma das melhores da Europa. São vários os pratos típicos que devem experimentar, mas recomendo especialmente o qofte e qifqi (uma espécie de almôndega) e também imam bajaldi (beringela recheada).

Ainda que a maioria dos habitantes na Albânia sejam muçulmanos, é habitual encontrarmos pessoas de várias religiões. Aliás, tal é visível na quantidade de igrejas ortodoxas e católicas que vamos encontrando a par das mesquitas existentes nas cidades.

O que não falta espalhado pela Albânia são bunkers. Sim, leram bem! A Albânia esteve sob um regime ditatorial em que o ditador Enver Hoxha vivia obcecado que iria ser vítima de um ataque nuclear. Desta forma, mandou construir mais de 100 mil bunkers por todo o país.

A verdade é que o tão temido ataque nuclear nunca chegou a acontecer e, agora, os bunkers estão ao abandono. São exceções dois dos maiores bunkers do regime, construídos em Tirana, podendo-se visitar o museu que existe no seu interior.

Dada a proximidade da Albânia com países Euro, a moeda Euro é amplamente aceite na Albânia. No entanto, nesses casos é habitual indicarem-vos a taxa de câmbio. E, a verdade é que raramente compensa pagar em Euros. Por isso, confirmem sempre qual a taxa de câmbio naquele momento para garantir que não saem a perder 😉.

A verdade é que o único aeroporto na Albânia com boas ligações internacionais está localizado em Tirana, a capital do país. Este é um excelente ponto de partida para quem pretende fazer uma road trip pelo país já que fica localizado relativamente a meio.

No entanto, e se apenas pretendem visitar a zona das praias (o que não recomendo, pois o país é muito mais do que as suas praias) ou a zona Sul do país, pode fazer sentido voar até Corfu na Grécia e daí apanhar um ferry até Sarandë.

Ainda que a Albânia tenha muito de surpreendente, um dos aspetos que mais me surpreendeu negativamente foi a quantidade de lixo existente em todo o lado. Parece ainda não existir uma grande consciencialização sobre esta temática.

Por exemplo, um dos casos em que este problema foi mais evidente foi durante a minha viagem de barco pelo lago Komani, em que a água estava cheia de lixo a flutuar.

À primeira vista, Tirana pode não parecer a capital europeia mais charmosa. E, ainda que não o seja, nem que tenha uma lista de pontos de interesse infindável, é uma cidade com muita vida e que sabe bem aproveitar calmamente!

Além disso, este é um dos melhores locais para se entranharem na cultura albanesa e aprender um pouco mais sobre a história do país.

A Albânia tem mesmo paisagens para todos os gostos e os Alpes albaneses são prova disso! Bem sei que para quem visita o país no espaço de uma semana é difícil encaixar esta região no roteiro.

Mas, se tiverem um tempinho extra, recomendo bastante uma visita à aldeia de Theth e, para quem gosta de caminhar, o trilho entre Theth e Valbona.

E, por fim, a minha maior dica é esta: vão preparados para querer voltar. A Albânia é aquela caixinha surpresa que ninguém esperava que fosse tão boa 😍. E façam-no o quanto antes, pois tenho um pequeno pressentimento que a Albânia caminha para ficar tão turística como a Croácia.

• Albânia – O que visitar: roteiro de 9 dias (ou 7 dias)
• 7 dos melhores locais para em visitar em Berat
• 8 dos melhores locais para em visitar em Gjirokastër
• Tirana – O que visitar: roteiro de 1 dia

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