Localizado no Utah, o Bryce Canyon National Park foi o parque nacional nos Estados Unidos que mais me surpreendeu na minha road trip pela região do Southwest. Sem dúvida que os seus miradouros são de deixar qualquer um de queixo caído, mas já imaginaram percorrer o melhor trilho no Bryce Canyon?

O trilho Navajo Loop, que pode ser combinado com o Queen’s Garden Trail, é uma forma diferente e única de explorar este parque. Descendo até ao vale, vão ter oportunidade de ver os hoodoos de mais perto e as paisagens de outra perspetiva.

✨ CURIOSIDADE: O que caracteriza a paisagem do Bryce Canyon e atrai tantos visitantes são as suas formações rochosas, conhecidas como hoodoos. Os hoodoos são pináculos de rocha altos e estreitos que se formam através da erosão. Este tipo de formação existe em vários locais no mundo (como a Capadócia, na Turquia), mas é no Bryce Canyon que encontramos a maior concentração.

Há outros trilhos no Bryce Canyon National Park, mas este é provavelmente o melhor e o mais interessante, especialmente para quem visita este parque ela primeira vez.

Continuem, então, a ler para descobrirem todas as dicas para fazer aquele que é um dos melhores trilhos no Bryce Canyon.

Uma vez que o Bryce Canyon fica a uma altitude considerável, nunca fica extremamente quente no Bryce Canyon, sendo o inverno a estação mais rigorosa neste parque. Dada a presença frequente de neve a esta altitude, este trilho tem algumas partes encerradas durante os meses mais frios (nomeadamente a parte de Wall Street).

Por exemplo, quando visitei o parque no início de abril, partes do trilho estavam fechadas porque ainda havia bastante neve e lama, o que torna o trilho mais perigoso. Sugiro consultar no site oficial possíveis encerramentos do trilho, já que a sua abertura varia consoante as condições meteorológicas de cada ano.

Assim, os melhores meses para percorrer o Queen’s Garden e o Navajo Loop são junho, setembro e outubro, pois não há neve, as temperaturas são mais amenas e não há tantos visitantes como no verão.

• Início do trilho: Sunrise Point ou Sunset Point
• Distância: 4.6 km (2.9 mi)
• Tempo recomendado: 2 a 3 horas
• Dificuldade: moderada devido às subidas em algumas partes do percurso
• Elevação: 191 metros (625 ft)
• Estacionamento disponível nos parques do Sunrise Point ou Sunset Point
• Parte do Navajo Loop está encerrada no inverno (a parte do Wall Street)

O primeiro passo é decidir onde querem iniciar o trilho. O trilho pode ser iniciado em 2 locais: Sunrise Point ou Sunset Point. Recomendo estacionarem no Sunset Point. Existem vários lugares de estacionamento, mas nos meses com maior afluência, sugiro chegarem cedo já que este é o trilho mais popular no Bryce Canyon. Alternativamente, podem também usar o shuttle que funciona gratuitamente no parque.

Começando no Sunset Point, podem fazer parte do Rim Trail até chegarem ao Sunrise Point. O Rim Trail é um dos trilhos mais fáceis no Bryce Canyon e esta parte acrescenta apenas 0,8 km (0,5 mi) ao trilho do Queens Garden’s e Navajo Loop.

Quando chegarem ao Sunrise Point, vão ver as indicações para seguir pelo Queen’s Garden Trail. A primeira parte do percurso é quase sempre a descer. São cerca de 1,4 km (0,9 mi) até chegar a uma espécie de vale do Bryce Canyon.

É a partir deste momento que vão ver o Bryce Canyon de outra perspetiva com os hoodoos ainda mais próximos. Preparem-se para ficar maravilhados!

Depois desta parte inicial, podem continuar o Queen’s Garden Trail durante mais 1.3 km (0,8 mi).

Chega uma altura no percurso que vão ver uma bifurcação com indicações para o Navajo Loop. Sigam por aí! No entanto, há uma escolha a fazer. O Navajo Loop, tal como o nome indica é um trilho circular com início e fim no Sunset Point.

O Navajo Loop tem duas secções distintas: a secção que passa pelo Wall Street (o único slot canyon no Bryce Canyon) e a parte que passa pelo Thor’s Hammer e pelas Two Bridges.

Se estão a combinar o Queen’s Garden Trail com o Navajo Loop, o que faz mais sentido é escolher apenas uma das secções do Navajo Loop. Dependendo da altura do ano em que visitem o Bryce Canyon, a opção de escolha pode nem existir já que a secção do Wall Street está fechada grande parte do ano.

De qualquer forma, as distâncias a percorrer em ambas as partes são idênticas. Na parte de Wall Street, o caminho de regresso ao Sunset Point são 1,1 km (0,7 mi). Por outro lado, se fizerem o Navajo Loop passando pelas Two Bridges e Thor’s Hammer, o percurso é ligeiramente mais curto (1 km, 0.6 mi).

Como visitei em abril e ainda havia bastante neve no parque, a parte do Wall Street estava fechada, pelo que acabei por fazer a subida que passa pelas Two Bridges e Thor’s Hammer. O percurso é praticamente sempre a subir, mas faz-se relativamente bem. A parte mais difícil foi mesmo passar por algumas partes que tinham lama e estavam escorregadias.

Se tiverem a sorte de visitar o parque numa altura em que é possível visitar a secção que passa pelo Wall Street, assim que chegarem ao fim do trilho, sugiro caminhar um pouco pela outra parte do Navajo Loop para visitar o Thor’s Hammer, já que este é provavelmente um dos hoodoos mais famosos no parque.

Acho que a combinação destes dois trilhos é bastante intuitiva, mas mesmo assim, partilho aqui o mapa do trilho para vos ajudar a perceber as distâncias entre os vários pontos de interesse do mesmo.

Alternativamente, o trilho pode ser percorrido em ordem inversa, começando no Sunset Point, fazendo assim, primeiro a parte do Navajo Loop e só depois a do Queen’s Garden Trail. No entanto, mesmo assim, o trilho terá sempre subidas.

Quando fiz a minha road trip pela região do Southwest nos Estados Unidos, o Bryce Canyon foi o parque que mais me surpreendeu. Pode até nem ser dos maiores em dimensão, mas foi certamente o que achei mais bonito.

Por isso, se gostavam de saber mais sobre as melhores coisas a fazer no Bryce Canyon National Park e de que forma podem organizar o vosso roteiro, sugiro a leitura do meu guia completo do Bryce Canyon.

O Bryce Canyon é um parque pequeno e tem apenas cerca de 145 km². Assim, a duração ideal para visitar as principais atrações no Bryce Canyon é de meio dia a um dia.

Em meio dia, terão oportunidade de passar pelos melhores miradouros do anfiteatro do Bryce Canyon e ainda fazer a combinação dos trilhos do Navajo Loop e Queen’s Garden Trail.

Se tiverem um dia completo para visitar o parque, podem estender a vossa visita a locais menos conhecidos no parque e aproveitar para fazer outros trilhos, por exemplo.

No meu caso, acabei por estar apenas uma manhã no parque e foi suficiente para ver o principal, incluindo o trilho sobre o qual falo neste artigo.

O Bryce Canyon fica a uma altitude bastante elevada (a mais de 2400 metros/8000 ft) e, por esse motivo, as temperaturas registadas no parque são bastante baixas, durante todo o ano.

No inverno, chega mesmo a nevar pelo que alguns trilhos (ou partes destes) chegam a fechar. Contudo, apesar da neve trazer alguns inconvenientes a quem visita o Bryce Canyon, a verdade é que torna as paisagens ainda mais mágicas. Os hoodoos cobertos de neve ficam mais especiais 😍.

Assim, a melhor altura para ir ao Bryce Canyon é provavelmente a primavera (abril a junho) e outono (setembro e outubro). Para além das temperaturas serem mais suportáveis nestes meses, o parque recebe menos turistas. Os meses de julho e agosto é quando as temperaturas são mais altas, mas esta é também a altura com mais visitantes no parque. Além disso, em julho e agosto, é habitual chover e trovejar no parque.

Para terem uma ideia, visitei na primeira quinzena de abril e ainda havia neve no parque e, por esse motivo, alguns trilhos estavam fechados. Além disso, estava mesmo muito frio quando visitei (0 °C/32 °F, com sensação térmica de -5 °C/23 °F).

As temperaturas são mais aceitáveis durante o dia, especialmente se fizerem algum dos trilhos. No entanto, se planeiam visitar o Bryce Canyon, o melhor conselho que posso dar é para levarem roupa quente, pois vai fazer muita falta 😉. Consultem o site oficial para mais informações sobre a meteorologia no Bryce Canyon.

A entrada no Bryce Canyon é paga. Existem vários bilhetes de entrada e passes disponíveis. Por exemplo, os valores de entrada com um veículo privado são 35 USD (o preço é por veículo e não por pessoa). Esta entrada dá acesso ao parque durante 7 dias! Existe também um passe anual que custa 70 USD.

No entanto, caso pretendam visitar outros parques nacionais nos Estados Unidos, existem outras opções que compensam mais. Um desses exemplos é o passe anual America the Beautiful. Este passe tem um custo de 80 USD por veículo e é válido durante um ano para todos os parques nacionais no país. Face ao valor médio de entrada nos vários parques, basta visitar 3 parques nacionais num ano para compensar comprar o America the Beautiful! Mais informação sobre os passes disponível aqui.

Qualquer um destes bilhetes ou passes pode ser comprado nas entradas dos vários parques nacionais. Alerto, no entanto, que algumas entradas/parques podem apenas aceitar pagamento com cartão. No caso do Bryce Canyon, aceitam tanto pagamento em cartão como com dinheiro. Podem também comprar online para reduzir o tempo na entrada do parque, mas acho que não se justifica 😉.

Caso optem por comprar o passe anual do America the Beautiful, após a compra no primeiro parque, terão de apresentar o passe e um documento de identificação ao entrarem nos parques seguintes, já que o passe é intransmissível.

Bryce Canyon City é uma excelente opção para procurar alojamento fora do parque e é aqui que ficam alguns dos melhores sítios para ficar perto do Bryce Canyon. Até porque, ficando num destes alojamentos, podem utilizar o shuttle para chegar ao parque e depois se deslocarem pelos seus principais pontos de interesse.

No meu caso, escolhi um hotel em Bryce Canyon City – Bryce View Lodge. Este alojamento é um motel básico e confesso que o principal motivo de escolha foi a proximidade da entrada do parque, já que fica a menos de 10 minutos de carro.

De qualquer forma, o quarto era confortável e o pequeno-almoço estava incluído. O preço para uma noite para 2 pessoas foi de 75€.

A pequena localidade de Tropic é outro dos melhores sítios para ficar perto do Bryce Canyon, pois fica a menos de 15 minutos de carro da entrada do parque.

De qualquer forma, partilho algumas sugestões adicionais de alojamento perto do Bryce Canyon:

Existe um alojamento no interior do parque – Bryce Canyon Lodge, que funciona habitualmente da primavera ao outono. Uma vez que é o único alojamento no interior do parque, se é aqui que pretendem ficar hospedados, convém reservar com a máxima antecedência possível.

Alternativamente, é também possível acampar no Bryce Canyon, existindo dois parques de campismo: North Campground e Sunset Campground. O North Campground funciona todo o ano, enquanto que o outro está fechado de novembro a abril. Em algumas alturas do ano, é preciso reservar o lugar no parque de campismo. Sugiro a leitura da informação atualizada relativamente ao campismo no Bryce Canyon.

A combinação do trilho do Navajo Loop e do Queen’s Garden Trail pode ser uma das atividades mais interessantes no Bryce Canyon. No entanto, dependendo das condições atmosféricas no momento da vossa visita, é preciso ter alguns cuidados. Estas são algumas das recomendações oficiais do parque:

• O Bryce Canyon fica localizado a mais de 2400 metros de altura, pelo que é habitual estar frio. Especialmente no inverno, devem usar roupa adequada.
• No inverno e início da primavera, é provável que encontrem neve e lama (quando a neve começa a desaparecer) ao longo do trilho. Usar o calçado apropriado e caminhar com cuidado é recomendado.
• A parte do Navajo Loop que passa por Wall Street está fechada no inverno (e muitas vezes, este encerramento prolonga-se a alguns meses da primavera). É essencial cumprir as regras definidas pelo parque.
• Garantir a hidratação necessária durante o trilho, especialmente nos meses mais quentes.
• Dada a altitude a que o parque se encontra, é normal que se sintam mais cansados ao fazer este trilho.
• Nos dias com menos horas de luz, calcular bem a hora de regresso do trilho, pois escurece mais cedo.
• Especialmente em julho e agosto, ter em atenção à trovoada. Se trovojar, procurar abrigo num edifício ou carro, evitando ficar perto de árvores, hoodoos ou outros objetos altos.
• Se vão percorrer o trilho sozinhos, avisar alguém conhecido que o vão fazer.

Por fim, não se esqueçam do princípio Leave No Trace (traduz para ‘não deixar qualquer rasto’), cumprindo os seus 7 princípios: preparar a visita antecipadamente, desfazer-se do lixo nos locais apropriados, deixar tudo de forma igual à que encontrámos, minimizar impactos de eventuais fogueiras, respeitar a vida selvagem, ser respeitoso para os outros visitantes e cumprir as regras para acampar.

Disclaimer: este post pode conter alguns links de afiliados, o que significa que eu ganho uma pequena comissão se comprarem através dos meus links. Isto não representa qualquer custo adicional para vocês e é uma forma de apoiarem o meu trabalho no blog😊