Organizar uma viagem para visitar o Gerês rapidamente nos pode parecer difícil. O Parque Nacional da Peneda-Gerês tem tanto para visitar que o difícil vai ser escolher o que visitar, quando visitar e em quantos dias! Mas ao longo deste artigo, espero conseguir ajudar-vos 😍.

Localizado no Norte de Portugal e com mais de 70 mil hectares, o Parque Nacional da Peneda-Gerês (habitualmente conhecido como “Gerês”) é dos maiores e mais bonitos parques naturais em Portugal.


Preparem-se para cascatas que nos deixam boquiabertos, lugares secretos que poucas pessoas conhecem, paisagens de cortar a respiração, aldeias perdidas no tempo e uma gastronomia fantástica.

Visitar o Gerês é perfeito para os amantes da Natureza, mas não só! Honestamente, acho difícil alguém não se apaixonar inteiramente por tudo o que o Gerês nos tem para oferecer.
Qual a melhor altura do ano para visitar o Gerês?
O inverno é provavelmente a altura menos recomendada para visitar o Gerês devido à elevada probabilidade de precipitação e ao frio que se faz sentir. Por outro lado, apesar do verão ter as temperaturas mais convidativas, é a altura mais concorrida deste paraíso natural.

O Gerês é bastante procurado durante o verão pelo que, para além dos preços mais altos, tudo será mais caótico. Assim, recomendo evitar o verão e o inverno e tentar visitar o Gerês entre o final da primavera (maio, junho) e o início do outono (setembro, outubro).
Quantos dias são necessários para visitar o Gerês?
A pergunta sobre a duração ideal de uma viagem ao Gerês não tem uma resposta certa. Dada a dimensão do Parque Nacional da Peneda-Gerês, seriam precisos vários dias (se não meses!!) para ficar a conhecer realmente bem este cantinho português.


Há sempre um miradouro novo para visitar, uma cascata ou lagoa que ainda não visitámos. Os locais a visitar no Gerês são mesmo muitos, pelo que há sempre um motivo para lá regressar.


No entanto, e sabendo que a maioria das pessoas não tem dias infinitos para visitar o Gerês, sugiro que reservem 3 a 4 dias para uma primeira visita. Deste modo, podem visitar os principais pontos de interesse e depois regressar um dia mais tarde para explorar locais menos conhecidos.

Neste artigo irei apresentar-vos uma versão de roteiro de 4 dias no Gerês, mas também duas versões alternativas para 3 e 2 dias.
Como chegar ao Gerês?
As cidades de maior dimensão em Portugal mais perto do Parque Nacional da Peneda-Gerês são o Porto e Braga. O tempo de viagem depende do local em específico que consideramos no Gerês, mas desde o Porto a viagem demora no mínimo 2 horas e de Braga 1h15.

Na realidade, o Gerês está inserido em 3 distritos diferentes: Vila Real, Viana do Castelo e Braga. E existem 5 portas de entrada no parque:
- Porta de Lamas de Mouro
- Porta do Mezio
- Porta do Lindoso
- Porta de Campo do Gerês
- Porta de Montalegre
Alojamentos no Parque Nacional da Peneda-Gerês
A escolha de alojamento no Gerês depende muito do que pretendemos visitar, bem como do tempo que temos disponível. Se temos pouco tempo e queremos visitar locais distantes entre si, sugiro que mudem de alojamento durante a viagem. Em termos das localizações para procurar alojamento, estas são as com mais oferta disponível:
Caso contrário, sugiro pernoitar na Vila do Gêrês. Para além da sua localização mais central no Gerês, é aqui que está concentrada a maior oferta de alojamento.

Na vila do Gerês, recomendo o Adelaide Hotel. A localização é boa e os quartos, apesar de modestos, são confortáveis e limos. E a melhor parte é mesmo a sala onde é servido o pequeno-almoço, que tem uma vista soberba 🥰. De qualquer forma, aproveito para partilhar outras opções de alojamento:
💼 SEGURO DE VIAGEM: Para se sentirem mais tranquilos em viagem, sugiro a compra de um seguro de viagem. Para além deste seguro vos precaver no caso de alguma emergência relacionada com saúde, este cobre também outros incidentes, como é o caso do roubo, perda ou atraso de bagagem ou a eventual necessidade de cancelar a viagem, entre outros. No meu caso, recorro sempre à IATI Seguros que apresenta das melhores relações qualidade-preço do mercado e um serviço 100% online e muito fácil de contratar. Reservem aqui o vosso seguro de viagem e aproveitem um desconto de 5% por serem leitores do blog. A compra deve ser feita através deste link.
Atividades & tours no Parque Nacional Peneda-Gerês
O que visitar no Parque Nacional Peneda-Gerês?
Antes de iniciar o roteiro de 4 dias no Parque Nacional da Peneda-Gerês, partilho um mapa com os principais locais a visitar no Gerês.
Este roteiro não pressupõe as viagens de ida e regresso desde o Gerês. Se a viagem de ida/regresso for o Porto ou Braga, talvez seja possível encaixar no primeiro e último dia da viagem. Contudo, estes dias terão de começar bem cedo, para ter tempo de visitar tudo.
💡 DICA EXTRA: Este roteiro pressupõe uma estadia em Pitões das Júnias na primeira noite e na Vila do Gerês nas restantes noites.
Dia 1: Ponte da Misarela – Lagoas do Xertelo – Pitões das Júnias (1h10; 43 km)
» Ponte da Misarela
Começámos a visitar o Gerês num dos locais mais famosos do parque. A Ponte da Misarela, também conhecida como Ponte do Diabo, é uma ponte medieval.


O acesso à ponte é apenas pedonal. No entanto, o percurso é bastante acessível e relativamente curto (cerca de 10 minutos em cada sentido).
» Lagoas do Xertelo
Continuamos o primeiro dia deste roteiro pelo Gerês, para um dos sítios mais extraordinários do parque. Estou a falar das 7 Lagoas do Xertelo!! O acesso é apenas pedonal ou de 4×4 para viaturas autorizadas, pelo que esta visita envolve um maior planeamento.


A maioria dos visitantes opta pelo trilho pedestre que nos leva até às lagoas e esta é uma opção excelente, pois as vistas pelo caminho são cortar a respiração😉.

O percurso está devidamente identificado e demora 1h15 para cada lado (4,9 km só ida). Deste modo, sugiro que reservem meio dia para visitar as Lagoas do Xertelo. Podem consultar mais dicas sobre este trilho aqui.
» Pitões das Júnias
Pitões das Júnias é uma das mais populares aldeias históricas do Parque Naciona da Peneda-Gerês. Para além de um passeio sem rumo pelas ruas que nos fazem imediatamente querer abrandar o ritmo, sugiro visitar outros dois locais.


Primeiramente, as ruínas do Mosteiro de Santa Maria das Júnias. O acesso às ruínas é pedonal e, apesar de íngreme, é relativamente fácil e curto. Podem estacionar o carro aqui. O mosteiro está abandonado e somos até avisados que as ruínas se encontram instáveis. No entanto, é interessante ver um sítio como este e pensar no que ele já foi outrora.


Outro ponto a visitar em Pitões das Júnias é a cascata de Pitões das Júnias (nota: pode ter pouca água durante o verão). Desde as ruínas do mosteiro é possível continuar em direção a um miradouro da cascata.
💡 DICA EXTRA: Existe também um trilho circular de cerca de 4,5 km que passa no Mosteiro e na Cascata de Pitões das Júnias. O trilho começa e termina no cemitério de Pitões das Júnias.
Dia 2: Pitões das Júnias – Cascata Pincães – Fafião – Cascata Tahiti – Miradouro da Ermida – Miradouro Pedra Bela – Vila do Gerês (2h; 64 km)
» Cascata de Pincães
Visitar o Gerês é sinónimo de visitar pelo menos uma cascata. E, por isso, arrancamos o segundo dia deste roteiro com a nossa primeira cascata. A cascata de Pincães é uma cascata bastante bonita, apesar de pequenina.


Na época alta, a cascata enche com muita facilidade, pelo que tenham isso em consideração! Para aqui chegar, temos de percorrer a pé cerca de 1,5 km em cada sentido a partir da aldeia de Pincães. O caminho é bastante tranquilo, embora, por vezes, não esteja bem sinalizado.
» Miradouro de Fafião
Seguimos para o Miradouro de Fafião – um dos meus preferidos no Parque Nacional Peneda-Gerês.


Para chegar ao miradouro, devemos estacionar o carro junto ao campo de futebol de Fafião e fazer o resto a pé. O percurso é bastante curto apesar de íngreme.
» Cascata do Tahiti
Também conhecida como Cascata Fecha de Barjas, esta é uma das cascatas mais concorridas no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
📝 INFORMAÇÃO ÚTIL: Apesar de existir um parque de estacionamento (pago) em frente à cascata, na época alta esta cascata está sempre a abarrotar. Sugiro que tentem chegar à cascata o mais cedo possível.
No entanto, apesar do acesso inicial à cascata ser “fácil”, para vermos as quedas de água de perto, temos de percorrer um percurso sobre rochas escorregadias. Não é por acaso que esta é uma das cascatas onde acontecem mais acidentes no Gerês. Por isso, todo o cuidado é pouco ao visitar a Cascata do Tahiti.


💡 DICA EXTRA: Se acham que o risco não vale a pena, sugiro visitar as Lagoas da Ponte Pigarreira (Poços de Fafião) em vez desta cascata. Para além do acesso muito menos perigoso e fácil, estas lagoas são muito menos concorridas.
» Miradouro da Ermida
Após paisagens deslumbrantes, está na hora de visitar mais outro miradouro do Gerês. Chama-se Miradouro da Ermida e o acesso é muito simples, tendo estacionamento quase “à porta”. Ao longe, podemos observar a aldeia comunitária da Ermida.

» Miradouro da Pedra Bela
Mas os miradouros surpreendentes não terminam aqui! Este 2º dia a visitar o Gerês fecha com chave de ouro naquele que é o miradouro mais famoso do parque. E a melhor parte? O acesso fácil e rápido!


» Vila do Gerês
Sugiro que terminem o dia na Vila do Gerês, onde estão localizados a maioria dos alojamentos e muitos restaurantes. Aqui, para além de um passeio pela vila, podem aproveitar para aproveitar uma das várias estâncias termais que aqui se encontram.
Dia 3: Vila do Gerês – Miradouro Mirante Velho – Mata da Albergaria – Cascata Portela do Homem – Termas de Lobios – Vila do Gerês (1h55; 63 km)
» Miradouro do Mirante Velho
O 3º dia deste roteiro pelo Gerês começa em mais um miradouro. Agora é hora de visitar o Miradouro do Mirante Velho. Este é um miradouro que também tem fácil acesso e com estacionamento mesmo ao lado.

» Mata da Albergaria
A Mata da Albergaria é um dos locais mais mágicos de todo o Parque Nacional da Peneda-Gerês. Trata-se de um bosque, cujo troço principal é aquele que liga a Casa de Leonte à Portela do Homem.
📝 INFORMAÇÃO ÚTIL: Nos meses de junho a setembro, é necessário pagar 1,5€/pessoa para visitar a Mata da Albergaria de carro. Durante o percurso não é possível parar ou estacionar.
» Cascata Portela do Homem
Após passarem a Mata da Albergaria de carro, sugiro que estacionem o carro no parque de estacionamento da Portela do Homem. Aqui podem iniciar o trilho das Lagoas da Mata da Albergaria que é circular e tem cerca de 5 km.

Durante o percurso, terão oportunidade de visitar a Cascata Portela do Homem, uma das mais afamadas no Gerês. Além disso, pelo percurso irão também passar pela antiga via romana que ligava Braga a Astorga.


💡 DICA EXTRA: É possível aproximar-nos da cascata, sendo que tal deve ser feito pela margem esquerda já que o acesso pela outra margem está condicionado. No entanto, as pedras são bastante escorregadias, pelo que devem ter esse pormenor em atenção.
» Termas de Lobios (Espanha)
E porque da Portela do Homem é um saltinho até Espanha, o último ponto a visitar no Gerês neste dia é em Espanha. As Termas de Lobios são uma piscina natural de água quente. E a visita é totalmente gratuita! Vale a pena o desvio, sem dúvida 😉.

Dia 4: Vila do Gerês – Santuário São Bento da Porta Aberta – Vilarinho das Furnas – Germil – Soajo – Lindoso – Castro Laboreiro – Santuário Nossa Senhora da Peneda (3h; 115 km)
Este último dia do roteiro pelo Gerês é mais puxado em termos de quilómetros, mas também não inclui nenhum trilho ou visita a cascatas, o que faz com que demoremos menos tempo em cada um dos pontos!
» Santuário de São Bento da Porta Aberta
A primeira paragem do último dia no Gerês é o Santuário de São Bento da Porta Aberta. É um dos santuários mais importantes em Portugal, recebendo mais de 1 milhão de peregrinos por ano.

Para além das vistas fantásticas do seu exterior, sugiro que entrem no santuário (a visita é gratuita)!
» Vilarinho das Furnas
Este ponto apenas faz sentido incluir no roteiro se o nível das águas na barragem estiver baixo, pois só aí conseguiremos avistar a antiga aldeia (agora submersa) de Vilarinho das Furnas.
💡 DICA EXTRA: A altura com maior probabilidade da barragem ter pouca água é no final do verão ou início do outono. No entanto, para observar a aldeia é preciso caminhar cerca de 3 km desde o parque de estacionamento junto à barragem.
» Germil
E o percurso continua em direção a Germil – mais uma das pequenas aldeias do Gerês. A melhor forma de explorar a aldeia é mesmo deixarem-se perder nas ruas e ruelas da aldeia. Vão certamente sentir que recuaram no tempo.


Os pontos mais emblemáticos da aldeia incluem a Igreja Matriz, os Espigueiros, o Miradouro do Fragão e a Cascata Portavense.


💡 DICA EXTRA: Para chegar ao miradouro e cascata é preciso percorrer um pequeno trilho de 600 metros, sendo que este está bastante bem sinalizado. No verão, a cascata pode não valer muito a pena por falta de água.
» Soajo
Seguimos de uma aldeia para a outra e agora é tempo de conhecer a aldeia do Soajo, conhecida pelos seus espigueiros e a sua eira comunitária. Os espigueiros são de facto espetaculares, mas aproveitem também para visitar o centro da aldeia, onde podem encontrar a Igreja Matriz, por exemplo.


Se estiverem com algum tempo disponível, aproveitem também para dar um mergulho no Poço Negro do Soajo. Basta estacionar o carro na estrada M530 e seguir a escadaria até ao poço.

» Lindoso
Se gostaram dos espigueiros do Soajo, esperem até verem os de Lindoso. Vão ser espigueiros até perder de vista!


Mas a visita a Lindoso não se esgota nos seus espigueiros. Aproveitem também para explorar o Castelo de Lindoso, onde existe atualmente o Núcleo Museológico do Castelo.

» Castro Laboreiro
Castro Laboreiro é outros dos locais mais conhecidos do Gerês. Para além das ruínas do seu Castelo, podemos ainda visitar a Igreja Matriz, a Ponte Velha ou ainda a Cascata de Castro Laboreiro. Mais uma paragem obrigatória numa visita ao Gerês.


» Santuário da Nossa Senhora da Peneda
E terminamos o nosso roteiro pelo Gerês no Santuário da Nossa Senhora da Peneda. Para além da visita ao santuário, o espaço envolvente vale muito pena para passear um pouco. Existem alguns cafés nas redondezas e ainda algum comércio local.


Versões alternativas do roteiro
Se não têm quatro dias disponíveis para visitar o Gerês conforme o roteiro que propus em cima, não se preocupem 😉. De seguida, vou partilhar duas versões mais curtas para quem tem menos tempo para visitar o Gerês.
» O que visitar no Gerês em 2 dias?
- Dia 1: Soajo – Lindoso – Termas de Lobios – Cascata Portela do Homem – Mata da Albergaria – Miradouro da Pedra Bela – Vila do Gerês
- Dia 2: Vila do Gerês – Cascata do Tahiti – Miradouro de Fafião – Ponte da Misarela – Cascata de Pincães – Santuário de São Bento da Porta Aberta


» O que visitar no Gerês em 3 dias?
- Dia 1: Soajo – Lindoso – Termas de Lobios – Cascata Portela do Homem – Mata da Albergaria – Vila do Gerês
- Dia 2: Vila do Gerês – Miradouro da Pedra Bela – Miradouro de Fafião – Lagoas do Xertelo – Pitões das Júnias
- Dia 3: Pitões das Júnias – Ponte da Misarela – Cascata de Pinacães – Santuário de São Bento da Porta Aberta
Restaurantes no Parque Nacional Peneda-Gerês
A gastronomia no Parque Nacional Peneda-Gerês é fantástica e tenho duas recomendações de restaurantes que simplesmente adorei.


A primeira recomendação é na Vila do Gerês no afamado Lurdes Capela. Não aceitam reservas, funciona por ordem de chegada e a espera pode ser longa, mas garanto-vos que vale bem a pena. Recomendo a posta à Lurdes Capela e para terminar o pudim de Abade de Priscos.


A segunda recomendação é o restaurante Saber ao Borralho, localizado no Soajo. Só aceitam reservas até às 12h e depois as filas de espera são bastante longas, mas vale por cada minuto de espera. A especialidade da casa é cachena (um tipo de vaca) assada no forno. Para além de um preço bastante razoável, o prato é simplesmente delicioso. Além disso, o atendimento prima pela simpatia.
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