Têm viagem marcada para Istambul, mas não sabem por onde começar a organizar o roteiro? Talvez tenha a solução! Neste artigo irei mostrar o que fazer em Istambul para quem visita pela primeira vez num roteiro de 3 dias que permite conhecer o melhor que esta cidade tem para oferecer.

Istambul é daquelas cidades que primeiro se estranha e depois entranha-se! É uma cidade com tanto de confuso, como de bonito. É uma cidade grande, não há dúvidas disso. Afinal, esta cidade alberga mais de 15 milhões de pessoas.

Ainda que muitas pessoas achem que Istambul é a capital da Turquia, a verdade é que a capital é, na realidade, Ancara – uma cidade bem menos visitada e com “somente” 5.6 milhões de habitantes.

Visitar Istambul é também visitar dois continentes, já que esta é a única cidade do mundo que está simultaneamente localizada em dois continentes: Europa e Ásia.

Istambul é mesmo um mundo e percebo que planear uma viagem para a maior cidade da Turquia seja um pouco assustador. Há tanto para ver e fazer que é difícil escolher o que visitar nos dias que temos disponíveis.

Por isso, o objetivo deste artigo é mesmo esse: ajudar-vos a planear um roteiro de viagem em Istambul. Para além de dicas sobre o que fazer em Istambul, ao longo deste artigo, irão também encontrar informação sobre:

• Quantos dias ficar em Istambul
• Melhor altura para viajar para Istambul
• Como chegar do(s) aeroporto(s) de Istambul ao centro da cidade
• Onde ficar alojado em Istambul

Sempre ouvi dizer bem de Istambul: que era uma cidade caótica, mas um caos de que se gosta. De facto, mal se pisa o centro de Istambul, é difícil restarem dúvidas sobre o caos desta cidade. São tantas as pessoas que lá moram, tantos carros a buzinar, que dá para perceber que esta é uma das maiores cidades do mundo.

Pessoalmente, este tipo de cidades sempre me fascinou. Há mesmo algo bom neste caos que, de alguma forma, parece funcionar 😄. Dito isto, ainda que tenha gostado bastante de Istambul, houve algo que não me convenceu totalmente. Talvez tenham sido as discrepâncias que, por vezes, se vê nas ruas. Ora estamos numa rua bonitinha, ora noutra em que claramente as casas não têm condições para as pessoas lá viverem.

As condições péssimas em que uma parte da população vive claramente são preocupantes e acho que não deixam ninguém indiferente.

Dito isto, e apesar dessa parte de Istambul ter mexido um bocadinho comigo, esta é uma cidade enorme e que merece ser visitada, pelo menos, uma vez na vida. Por isso, a resposta, no final, é afirmativa: visitem Istambul!

Istambul é uma cidade enorme e, alguns dos pontos de interesse, não ficam assim tão perto uns dos outros. Há tanto para fazer em Istambul que é difícil cansarmo-nos da cidade facilmente.

Por exemplo, algumas zonas da cidade são bem giras, com imensos cafés, em que dá vontade de parar um bocadinho ali a beber um café e ver as pessoas passar.

De qualquer forma, percebo que a maioria das pessoas não tenha dias infinitos para visitar Istambul. Assim, sugiro pelo menos passar 3 dias em Istambul. Para uma primeira visita à cidade, 3 dias permite visitar os principais pontos de interesse de Istambul.

Sem dúvida que a altura mais procurada pelos turistas para visitar Istambul é o verão (junho a agosto). É nestes meses que as temperaturas são mais altas e os dias mais longos. No entanto, é nestes meses também que os preços disparam.

Assim, recomendo visitar a cidade fora dos meses mais populares. Sem dúvida que os meses de março a maio e setembro e outubro são os melhores meses para visitar Istambul. É evidente que as temperaturas não vão ser tão quentes e que a probabilidade de chuva é ligeiramente maior nestes meses, mas os preços mais baixos e o menor volume de turistas vai, certamente, compensar 😉.

Por exemplo, eu visitei a cidade no início de outubro e as temperaturas ainda estavam agradáveis, embora os dias já não estivessem muito quentes. Quanto ao nível de turismo, sinto que as pessoas estão cada vez mais a viajar na shoulder season e, por esse motivo, algumas das melhores atrações turísticas de Istambul estavam ainda bastante concorridas.

Se gostavam de aproveitar para conhecer Istambul num ambiente (ainda) mais animado, podem sempre marcar viagem para uma das datas dos principais eventos da cidade. Esta pode também ser uma das melhores alturas para visitar Istambul:

• Festival das Tulipas: abril/maio
• Festival de Teatro: outubro/novembro
• Festival Akbank Jazz: setembro/outubro
• Festival Internacional de Cinema de Istambul: abril

Por fim, importa alertar que ainda seja possível (e agradável) visitar Istambul nos meses de dezembro a fevereiro, caso optem por fazê-lo, irão encontrar dias frios e, muito possivelmente, neve.

Sendo totalmente franca, apesar de algumas ruas em Istambul terem um aspeto “duvidoso”, senti-me, regra geral, segura, mesmo à noite. No entanto, importa alertar para os vários esquemas de burlas na cidade e também, mencionar os carteiristas, claro.

É uma cidade muito grande, onde muitas vezes damos por nós rodeados de centenas de pessoas. É muito fácil ser assaltado por carteiristas, sem sequer notar. Mas esta não é uma recomendação específica de Istambul, mas sim de todas as grandes cidades, mesmo nas cidades mais emblemáticas da Europa.

Claro que também tenho de dizer que não saí muito dos locais mais turísticos de Istambul, o que poderá também ter ajudado nesta perceção de segurança. Além disso, vê-se bastante policiamento na rua, especialmente na rua mais movimentada da cidade (talvez devido ao atentado no final de 2022), o que transmite mais segurança ainda.

Enquanto cidadã portuguesa, apenas precisei de um passaporte válido para entrar na Turquia (idealmente com 6 meses de validade a contar da data de chegada do país). Não tendo a necessidade de qualquer visto, podemos permanecer por um período máximo de 90 dias a cada 6 meses.

Apesar de não ter recorrido a esta opção, é também possível entrar no país apenas com o Cartão de Cidadão. Para mais informações, consultem o Portal das Comunidades Portuguesas.

Para outras nacionalidades, recomendo fortemente a consulta das condições de entrada na Turquia no site oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia.

Istambul é uma cidade com imensas acessibilidades, mas é certo que a forma mais simples de chegar lá é de avião. Existem dois aeroportos internacionais em Istambul, um localizado no lado europeu – Istambul Airport (IST) e outro do lado asiático – Sabiha Gökçen International Airport (SAW).

Ambos têm várias conexões com muitas cidades europeias e, na realidade, com todo o mundo, já que Istambul é habitualmente uma escala recorrente em voos de longo curso.

No caso específico de Portugal, existem as seguintes ligações aéreas diretas com Istambul (IST):

• Porto – Istambul: voos quase diários operados pela Turkish Airlines
• Lisboa – Istambul: voos diários operados pela Turkish Airlines

Qualquer um dos aeroportos de Istambul fica longe do centro da cidade. Dependendo da zona da cidade em que fiquem hospedados e do meio de transporte utilizado, a viagem pode demorar entre 50 minutos a 1h30.

A opção mais cómoda em ambos os casos é claramente optar por um táxi ou por um transfer privado. Relembro, no entanto, que o trânsito em Istambul é bastante caótico pelo que, muitas vezes, o tempo de viagem previsto é ultrapassado. Recomendo, pois, que viajem para o aeroporto com alguma antecedência para evitar surpresas!

Uma segunda opção (e mais em conta!) é utilizar os serviços de autocarro disponíveis. Depende muito do local para onde pretendem ir, mas deixo aqui a informação das empresas que oferecem os serviços:

• Aeroporto SAW: Havabus – um shuttle com ligações à praça Taksim e a Kadıköy. Podem também usar as linhas locais de autocarros IETT, mas a viagem pode ser ainda mais demorada.
• Aeroporto IST: também os autocarros locais IETT operam rotas que ligam o aeroporto ao centro, mas recomendo a utilização do autocarrro shuttle Havaist

Uma última opção é utilizar o metro, sendo que a ligação com o aeroporto de Istambul (IST) é muito recente e pode ainda não aparecer nas opções do Google Maps. Não há nenhuma opção de metro direta, sendo que terão sempre de fazer, pelo menos, um transbordo.

Em resumo, é uma verdadeira dor de cabeça chegar de qualquer um dos aeroportos de Istambul ao centro da cidade já que todas as opções demoram bastante tempo.

Muitos dos lugares mais populares em Istambul ficam relativamente próximos entre si. No entanto, há algumas exceções ainda, em que faz sentido recorrer aos transportes públicos da cidade (tram, metro ou autocarro).

Para usar os transportes públicos em Istambul, podem comprar o İstanbulkart – um cartão recarregável com dinheiro para irem usando nos transportes da cidade. As viagens são bastante baratas e os carregamentos têm de ser feitos em dinheiro.

💡 DICA EXTRA: Para evitarem gastar mais dinheiro (foi o que me aconteceu), certifiquem-se que compram o İstanbulkart e não o Istanbul City Card. Este último tem viagens ilimitadas para um determinado número de dias, mas dado o preço das viagens individuais, dificilmente compensa.

Dada a dimensão de Istambul, é fácil ficar muito confuso no momento de escolher alojamento na cidade já que existem milhares de opções. Para garantir uma estadia agrádavel, recomendo que escolham bem a localização do vosso alojamento, para não gastarem tempo desnecessário em deslocações diárias ou ainda evitarem ficar em zonas menos recomendadas.

Sem dúvida que a zona mais procurada (especialmente para quem procura ficar perto dos melhores locais a visitar em Istambul) é Sultanahmet. No entanto, outras boas opções incluem Beyoğlu ou Kadıköy, por exemplo. Podem ler mais sobre os melhores sítios para ficar hospedado em Istambul aqui.

Ainda que não tenha ficado no coração de Sultanahmet, fiquei num hotel com localização bastante central e tram quase à porta – Lumina Boutique Hotel.

O hotel era pequeno, mas tinha boas condições e era bastante limpo. O único defeito é o mau isolamento do som da rua, o que pode ser problemático para quem tem dificuldades em dormir com barulho. Como não é o meu caso, recomendaria o hotel a quem vai marcar viagem para Istambul e precisa de uma opção com boa relação qualidade-preço.

Mesmo assim, partilho convosco outras opções de alojamento em Istambul. Esta é uma cidade em que há mesmo opções para todos os gostos e preços.

A moeda turca é a lira turca (TRY). A novembro de 2023, o câmbio relativamente ao Euro é de 1€ = 31.13 TRY. Alerto que esta moeda tem sofrido níveis históricos de inflação pelo que qualquer preço mencionado ao longo deste artigo em liras poderá já não estar válido. Aliás, isto é o mais provável de acontecer. Ao preparar esta viagem, deparei-me com preços em artigos online que já não têm a ver com os preços atuais.

Quanto à forma de pagar, fiquei agradavelmente surpreendida pela quantidade de sítios onde aceitam pagamentos com cartão (mesmo em locais remotos e para valores irrisórios). Ainda assim, convém sempre andar prevenido com algum dinheiro vivo, pois pode haver um lugar ou outro que não aceita cartão.

Para os pagamentos com cartão, utilizei sempre o cartão Revolut, que tem várias vantagens. Uma das maiores vantagens de utilizar um cartão Revolut nas viagens é o facto que este não cobra taxas por fazermos transações em diferentes moedas.

Se ainda não conhecem todas as vantagens de ter um cartão Revolut, podem descobrir mais aqui.

Mal cheguei à Turquia, optei por comprar um cartão SIM no aeroporto. Existiam 3 opções diferentes, mas recomendaram-me a Turk Telecom e o serviço funcionou relativamente bem.

• Vodafone 20 GB – 999 TRY
• Türk Telecom 30 GB – 999 TRY
• Turkcell 20 GB – 1199 TRY

Alternativamente, podem optar por adquirir um e-SIM mesmo antes da viagem, poupando assim algum tempo no momento da chegada. Por exemplo, esta opção de e-SIM tem vários planos para diferentes durações de viagem.

Muitas das atrações em Istambul são pagas (e algumas são bem caras!). Dependendo dos sítios que pretendem visitar em Istambul, pode fazer sentido comprar o Istanbul Museum Pass.

Este cartão custa 2500 TRY (~82€) e pode ser adquirido no primeiro local que visitem em Istambul onde aceitam este cartão. Tem uma validade de 5 dias após a primeira utilização. O Istanbul Museum Pass inclui entrada gratuita em alguns dos locais mais emblemáticos de Istambul, tais como a Torre de Galata ou o Palácio Topkapı, por exemplo.

Uma vez que estava a fazer um road trip pela Turquia, optei por comprar o Museum Pass que dá acesso a vários museus no país (e não só em Istambul) durante 15 dias.

No meu caso, posso confirmar que compensou bastante! No entanto, a questão se o Istambul Museum Pass vale a pena depende muito do que pretendem visitar. Desta forma, sugiro que somem o valor de todas as entradas para saberem se compensa no vosso caso.

Para além de ser uma cidade com imenso para visitar, Istambul tem também algumas atividades que podem ser interessantes. Uma das mais populares é, sem dúvida, assistir ao espetáculo dos dervixes rodopiantes (mais detalhes ao longo do artigo).

Adicionalmente, outra das atividades mais interessantes é o banho turco. Para tal, recomendo a visita a um hamam na cidade, sendo que existem centenas.

Para vos ajudar a planear o vosso roteiro a Istambul, partilho convosco um mapa com os principais locais de interesse em Istambul.

Abrimos este roteiro de Istambul naquele que é um dos locais mais incríveis de Istambul – o Grande Bazar. Trata-se de um mercado coberto com mais de 60 ruas e 4000 lojas. É um verdadeiro labirinto!

Aliás, este é, na realidade, um dos mercados cobertos maiores e mais antigos do mundo. Visitar o Grande Bazar de Istambul é estar disposto a perder-se a olhar para as milhentas montras, como também para os belíssimos tetos.

Mesmo que não apreciem compras, é impossível ficar indiferente a este mercado. São centenas e centenas de lojas, que vendem um pouco de tudo: desde candeeiros, a tapetes, a prata ou ouro, e muito mais.

Seguimos para um dos locais mais bonitos em Istambul – a Mesquita Azul. A verdade é que são centenas as mesquitas que encontramos em Istambul, mas a Mesquita Azul é, sem dúvida, uma das mais bonitas.

Apesar do seu nome original ser Mesquita Sultanahmet, ficou conhecida como Mesquita Azul devido aos milhares de azulejos azúis que cobrem o seu interior. A mesquita é das mais bonitas que já visitei e vale certamente adicionar a qualquer roteiro de Istambul.

A entrada na Mesquita Azul é grátis e apenas se pode fazer fora dos horários das orações. Na altura em que visitei (outubro de 2023), os horários de funcionamento eram os seguintes: 8h30 – 12h15; 13h45-15h30; 16h45-18h e a partir das 14h15 às sextas-feiras.

💡 DICA EXTRA: Dada a popularidade da Mesquita Azul, é normal encontrar filas longas para entrar na mesma em determinadas alturas do dia. Assim, a melhor forma para evitar uma espera nessas filas é tentar visitar a mesquita o mais cedo possível.

Mesmo em frente à mesquita Azul, podem aproveitar para apreciar o exterior da mesquita e também para absorver melhor a essência da cidade no Parque Sultan Ahmet. Este é um espaço verde muito agradável e procurado por turistas.

Atravessando o parque Sultan Ahmet, chegámos à imponente Mesquita Hagia Sofia. Se a Mesquita Azul deixa qualquer um de queixo caído, esperem até entrarem na Hagia Sofia.

💡 DICA EXTRA: Em todas as mesquitas de Istambul devem garantir que usam roupa apropriada. Enquanto mulher, por exemplo, devia ter os ombros e pernas cobertas e o cabelo tapado (sugiro andar sempre com um lenço para o cabelo). No entanto, a maioria das mesquitas também disponibiliza lenços. Alerto que os homens também não podem entrar com ombros e pernas descobertas.

O interior da mesquita é, na minha opinião, ainda mais bonito que a Mesquita Azul (e do que todas as mesquitas que visitei em Istambul, na realidade). Além disso, é impressionante saber que esta mesquita foi já construída em 537.

Sem dúvida que é um símbolo da cidade de Istambul e, como seria de esperar, sendo um dos locais principais a visitar em Istambul, é um dos com mais fila para entrar também. Se gostavam de evitar estar em filas e de ter a mesquita mais vazia, recomendo visitarem o mais cedo possível. A entrada é gratuita.

Para as vistas mais panorâmicas da Mesquita Hagia Sofia ou da Mesquita Azul, sugiro que visitem o rooftop Seven Hills Restaurant – um dos mais populares da cidade. As vistas são de facto incríveis! Já os preços, são proibitivos para Istambul e para a relação qualidade-preço do restaurante. Mas fica a dica nem que seja para beber um bebida e apreciar as vistas!

Fujam às confusões da atribulada cidade de Istambul, descendo até à Basílica Cisterna. Esta cisterna foi construída no século I e tinha como função abastecer a cidade de água.

O seu nome advém do facto de estar construída sobre uma antiga basílica, da qual já nada resta atualmente. A visita é relativamente curta (ainda que as filas para comprar bilhete sejam, muitas vezes, longas).

No interior da cisterna existem mais de 300 colunas e, atualmente, a cor das luzes no interior vai alternando ao longo da visita. O passeio é feito nuns passadiços em metal construídos sobre a água. Não percam, em específico, as duas colunas que têm uma cabeça de uma medusa na sua base.

Pessoalmente, não adorei a visita à Basílica Cisterna e, em parte, acho que foi por falta de contexto ao longo da visita. Assim, sugiro vivamente uma visita guiada para tirarem mais proveito da visita deste espaço icónico em Istambul. Por exemplo, esta tour está muito bem classificada e inclui visita guiada e também a opção de skip the line.

📝 INFORMAÇÃO ÚTIL: O bilhete para visitar a Basílica Cisterna custa 450 TRY (~ 15€) e não está incluído no Museum Pass. Se não pretendem visita guiada à Basílica Cisterna, podem comprar os bilhetes diretamente no site oficial. O horário de funcionamento é das 9h às 22h todos os dias da semana.

Está na de rumar a mais um dos melhores sítios a visitar em Istambul – o Palácio Topkapı. Este palácio demonstra a importância que Constantinopla (antigo nome de Istambul) teve e era daqui que os sultões governavam o seu império até ao século XIX.

O palácio é enorme (cerca de 700 mil m2) e, embora o audioguia esteja incluído no bilhete, é fácil perdermo-nos nas várias salas do palácio. É impossível ver tudo ao pormenor numa só visita. Assim, recomendo 2 a 3 horas para explorar o interior, dedicando especial atenção ao Harém.

Para aceder ao Harém (local onde habitavam as esposas e criadas dos sultões), é preciso um bilhete adicional. No entanto, esta é, para mim, a parte que faz mesmo valer a pena a visita ao Palácio. Em primeiro lugar, esta é a parte em que o audio guia é mais completo e conseguimos aprender mais sobre este local. Em segundo lugar, as divisões são extraordinariamente bonitas, com detalhes incríveis.

Dada a dimensão do palácio, pode ser vantajoso fazer uma tour guiada ao mesmo. Desta forma, têm a certeza que não se sentem perdidos e que não vos escapam os sítios mais importantes deste monumento em Istambul. Por exemplo, esta tour tem uma classificação de 4.7 no Get Your Guide e uma duração de 3 horas.

📝 INFORMAÇÃO ÚTIL: O palácio está aberto todos os dias da semana, com a exceção de terça-feira. O horário de funcionamento depende da altura do ano pelo que sugiro que consultem a informação mais atualizada aqui. O bilhete custa 750 TRY (~25€) ou 950 TRY (~31€) consoante optem por visitar ou não o Harém. O bilhete está incluído no Museum Pass.

Sugiro também que passem pela estação de comboio Sırkecı. Este está longe de estar sequer no top 10 das atrações em Istambul, mas vale a pena visitar pois era aqui que terminava o famoso comboio Expresso do Oriente, que partia de Paris. Não é, de todo, daqueles locais de visita obrigatório, mas achei interessante incluir.

Istambul tem muitos rooftops com vistas inacreditáveis sobre a cidade. Aliás, muitos deles transformaram-se em verdadeiros “estúdios” para sessões fotográficas. A escolha é muita, verdade seja dita.

No entanto, venho recomendar-vos um dos que visitei e gostei imenso (com os dias a anoitecerem por volta das 18h quando visitei, já cheguei de noite ao rooftop, pelo que com a luz do dia ainda deve ser melhor). Falo do Huqqam Lounge Terrace. Pedi um sumo de ananás e outro de romã e estavam deliciosos 😉.

Além disso, o terraço tem ainda uma pequena zona com alguns tapetes, onde podem tirar umas fotos bem giras.

Balat é daqueles sítios que tem vindo a ganhar relevância mais recentemente devido às redes sociais. Na realidade, trata-se de um dos bairros mais antigos de Istambul, que ganhou popularidade devido às fachadas coloridas (e outros pormenores fotogénicos) dos prédios.

Esta zona da cidade fica um pouco mais longe do centro histórico (onde andámos no primeiro dia deste roteiro), pelo que se calhar valerá a pena considerar transportes públicos para chegar a Balat.

Chegados a Balat, a magia está em explorar, quase que sem rumo, as ruas do bairro. Nas ruas mais movimentadas, são muitos os cafés “da moda” em que dá vontade de entrar para tomar algo enquanto apreciamos quem por ali passa.

No entanto, ainda que seja mais engraçado explorar Balat sem rumo, há 2 locais que são especialmente emblemáticos (e muito fotogénicos). São eles o café İncir ağacı kahvesi, onde encontram a famosa escadaria colorida de Balat, mas também a rua Kiremit, onde estão localizadas as casas mais fotogénicas do bairro.

Sem dúvida que Balat é um dos locais mais cool de Istambul. No entanto, infelizmente, nem tudo é o que parece. Esta foi das zonas em Istambul onde vi mais pobreza, com muitas casas habitadas em estado degradante. Dito isto, não deixem de visitar Balat, mas tenham consciência que este bairro não é só as casinhas coloridas que se vê nas redes sociais.

💡 DICA EXTRA: Para além dos locais fotogénicos de Balat, podem também dar um saltinho à Igreja de São Jorge (entrada gratuita) ou admirar o edifício avermelhado do Phanar Greek Orthodox College.

De Balat, sugiro caminharem até à mesquita Fatih, já que não fica muito longe. A mesquita Fatih é bastante menos turística que a Mesquita Azul ou Hagia Sofia, o que vos permite explorá-la mais calmamente.

A mesquita data do século XV e é mais uma belíssima para acrescentar à lista de mesquitas a visitar em Istambul 🥰.

💡 DICA EXTRA: Todas as pessoas têm de se descalçar antes de entrar nas mesquitas, pelo que recomendo que, mesmo que não estejam com meias calçadas, tragam sempre umas meias convosco. Em algumas mesquitas devem deixar o calçado pousado junto à porta, noutras (e.g. Hagia Sofia) existem até compartimentos onde podem guardar os vossos sapatos.

Seguimos para outra mesquita (eu bem disse que o que não faltava em Istambul eram mesquitas!) – mesquita Süleymaniye. Esta é também uma das maiores mesquitas em Istambul.

O seu tamanho é claramente um fator surpreendente, mas não é só a dimensão que torna esta mesquita tão especial. O interior é também igualmente bonito, tal como o seu pátio interior. Tal como todas as mesquitas mencionadas neste roteiro, a visita é gratuita.

Para além do Grande Bazar, há outro mercado em Istambul que vale a pena conhecer. Falo, pois claro, do Mercado das Especiarias, também conhecido como Bazar Egípcio. Aqui, tal como nome indica, encontramos especialmente especiarias à venda, mas também doces e outros produtos não alimentares até.

Apesar de ser bastante mais pequeno do que o Grande Bazar, o seu interior é também muito bonito e, por isso, não deve falhar no vosso roteiro por Istambul.

💡 DICA EXTRA: Se tiverem interesse e tempo, podem dar um saltinho à mesquita Rüstem Paxá, que fica relativamente perto deste bazar.

Aproveitem também para passar um bocadinho na Praça Eminönü – uma das praças mais movimentadas de Istambul. Este é um excelente local para provar simit (uma espécie de pretzel), já que existem vários vendedores a venderem esta iguaria turca numas barraquinhas vermelhas.

Localizada nesta praça, podem também visitar a mesquita Yeni Cami. Esta não estava sequer no meu roteiro inicial, mas achei bonita e decidi espreitar. Que agradável surpresa 😍. Ainda por cima, consegui visitar na altura do chamamento para a oração. Se conseguirem apanhar este momento numa das mesquitas deste itinerário, garanto que não o vão esquecer!

A poucos metros da Praça Eminönü, encontram também a ponte Galata – um dos locais únicos de Istambul. Para além deste ser um belíssimo local para assistir ao pôr do sol com a Torre Galata de fundo, é também um sítio onde podemos apreciar as dezenas de pescadores a pescar à linha.

Mesmo que não percorram a ponte toda a pé, sugiro que caminhem alguns metros no seu tabuleiro superior para apreciar estes pescadores. A também não perder é o tabuleiro inferior da ponte de Galata, onde existem vários restaurantes.

Aliás, falando de restaurantes, é perto da ponte Galata (do lado da Praça Eminönü) que recomendo provarem um dos pratos mais icónicos da gastronomia turca – balık ekmek. Este prato consiste numa sandes de peixe fresco, acompanhado de salada. E junto à ponte de Galata há até alguns restaurantes em que a cozinha está inserida no interior de um barco que baloiça de um lado para o outro.

Tal como já referi, Istambul é a única cidade do mundo localizada simultaneamente em dois continentes: Ásia e Europa. Ainda que a maioria das coisas a fazer em Istambul esteja localizada no lado Europeu, recomendo vivamente uma passagem (por muito breve que seja) pelo lado asiático.

Desde a praça Eminönü, a forma mais simples de chegar ao lado asiático de Istambul é através de um dos vários ferries disponíveis. Existem várias rotas de ferries que ligam ambos os lados da cidade, pelo que é uma questão de verem qual a mais vos convém (caso decidam alterar a ordem deste itinerário!).

Podem consultar os horários e preços das viagens neste site. No entanto, a informação relativa aos ferries também está disponível no Google Maps pelo que é bastante intuitivo perceber qual é o ferry que devem apanhar e a que horas existe o próximo disponível. As viagens são bastante baratas e o İstanbulkart funciona também nos ferries.

A viagem de ferry é, por si só, um ponto de interesse. E, na minha opinião, é especialmente bonita ao pôr do sol 😉. A distância é relativamente curta, mas vale bem a pena.

💡 DICA EXTRA: Este passeio de ferry é uma excelente alternativa para quem está a fazer uma viagem low cost e gostava de ter uma ideia como é fazer um pequeno cruzeiro pelo estreito do Bósforo ou até mesmo pelo Corno de Ouro (estuário que separa a velha da nova cidade de Istambul e que desagua no estreito do Bósforo).

Por forma a encaixar o lado asiático neste roteiro, infelizmente não é possível visitar muito desta parte da cidade. Por isso, acabei por apenas visitar a zona de Kadıköy mais junto ao local onde o ferry pára. Para além de um bonito e calmo passeio junto à água, aproveitei para visitar o mercado Marmara Balik e por ainda explorar algumas das ruas circundantes.

É certo que não dei o tempo devido a esta parte da cidade, mas decidi incluí-la neste roteiro porque acho que vale a pena, mesmo assim. Fica o desejo de voltar com mais tempo para explorar esta parte menos visitada de Istambul.

💡 DICA EXTRA: Se tiverem mais tempo para explorar o lado asiático, recomendo uma passagem pela maior mesquita de Istambul – Mesquita Çamlıca. Ainda que não tenha visitado pessoalmente, só ouvi bons relatos sobre a mesma. Além disso, a localização da mesma num alto, permite ter vistas incríveis de Istambul.

O terceiro dia na cidade começa num dos locais imperdíveis em Istambul – a torre Galata. Já tiveram oportunidade de admirar esta torre ao longe nos dias anteriores, mas está agora na hora de subi-la.

Este é um dos locais icónicos de Istambul, por isso, esperem filas para comprar o bilhete. Caso tenham comprado o Museum Pass, podem saltar a fila dos bilhetes e aceder diretamente à torre. Para além de pouparem algum dinheiro, o Museum Pass tem esta vantagem adicional 😉.

A torre tem apenas 60 metros de altura, mas está construída num ponto elevado da cidade, o que acaba por fazer com que tenha vistas inacreditáveis da cidade.

O acesso ao topo da torre é feito através de elevador e, chegados ao topo, existe um terraço onde podemos caminhar e ter vistas 360º da cidade. Este é, sem dúvida, um dos melhores miradouros de Istambul.

📝 INFORMAÇÃO ÚTIL: A torre Galata está aberta todos os dias, mas o seu horário de funcionamento depende da altura do ano. Podem consultar mais informação aqui. O bilhete custa 650 TRY (~21€), mas está incluído no Museum Pass.

Outro local a não perder e que podem adicionar à vossa lista do que fazer em Istambul é o bairro de Karaköy. Antigo bairro industrial, este é agora um bairro mais alternativo, com alguma street art e cafés onde dá vontade de passar um bom par de horas.

A rua mais famosa de Karaköy (e também uma das mais fotogénicas) é Hoca Tahsin, onde podemos observar vários guarda-chuvas suspensos no ar. Mas Karaköy merece uma visita mais prolongada. Percam-se nas suas ruas, a ver montras de lojas alternativas (boa sorte em não querer comprar muitas das coisas!).

Mas há muito mais para conhecer em Karaköy. Estas são, por exemplo, algumas das melhores coisas para fazer em Karaköy:

• Museu de Arte Moderna de Karaköy
• Mesquita Kılıç Ali Pasha
• Mesquita Yeraltı 
• Escadaria Kamondo
• Passagem Francesa
• Mesquita Árabe

A lista do que fazer em Istambul não fica completa sem uma visita à rua mais movimentada da cidade – rua İstiklal. Ao longo desta rua comprida irão encontrar dezenas de lojas e restaurantes. No entanto, o meu destaque vai para a Igreja de Santo António e para as galerias Çiçek Pasajı.

A também não perder são os elétricos bonitos que passam com alguma frequência nesta rua. Dá fotos muito giras também 😎.

Numa das extremidades da rua İstiklal encontramos a praça Taksim, que é uma das mais importantes da cidade já que é aqui que habitualmente se realizam eventos públicos em Istambul.

Da praça Taksim, é possível seguir a pé ou de autocarro (como o autocarro nunca mais chegava, acabei por ir a pé até porque o percurso era sempre a descer) até a um dos palácios mais bonitos de Istambul – o palácio Dolmabahçe. Este é o maior palácio na Turquia e foi usado como sede do Império Otomano durante alguns anos.

Pessoalmente acabei por não visitar o interior deste palácio, mas por fora parece muito bonito, até mais do que o Palácio Topkapı, muito honestamente. A entrada não está incluída no Museum Pass, no entanto.

💡 DICA EXTRA: Uma vez que a visita ao palácio ainda requer algum tempo disponível, acho importante equilibrar bem o tempo entre a visita a este palácio e o bairro de Karaköy. Acho que é possível visitar ambos no mesmo dia, mas para uma visita mais longa ao palácio, sugiro passar menos tempo em Karaköy.

Também junto às margens do Bósforo, encontram a mesquita Ortaköy, uma das mesquitas mais bonitas de Istambul para fotografar devido ao seu enquadramento junto à água.

Junto a esta mesquita, podemos ainda observar a ponte do Bósforo que liga o continente europeu ao asiático.

Uma das coisas mais únicas para fazer em Istambul é assistir a um espetáculo de dervixes. Os dervixes são muçulmanos que fazem um voto de pobreza e austeridade. Surgiram no século XII e são conhecidos pela sua dança rodopiante.

A cerimónia (à qual se dá o nome de Sema) envolve a leitura de algumas partes do Alcorão de forma cantada e uma dança em que os dervixes dão uma série de rodopios. É um espetáculo bonito, na minha opinião.

Ainda que a tradição tenha surgido originalmente em Konya, Istambul é um dos locais mais procurados para assistir a este espetáculo.

Existem vários locais onde é possível assistir aos dervixes rodopiantes. Aliás, este é um espetáculo que se tornou bastante comercial e existe é facilmente encontrado em cafés e restaurantes “para turista ver”. Apesar desta ser uma forma de ter um gostinho da cerimónia, recomendo uma experiência mais autêntica. Por exemplo, eu reservei este espetáculo de 1 hora e gostei da experiência.

💡 DICA EXTRA: Para descobrirem mais sobre quais os espetáculos de dervixes mais autênticos, sugiro a leitura deste artigo.

A gastronomia turca é incrível: muito saborosa e cheia de coisas boas para experimentar. Tive oportunidade de experimentar alguns restaurantes na cidade, que aproveito para partilhar:

• BirBen Restaurant (€): restaurante bem simples, mas com preços relativamente acessíveis e atendimento rápido.
• Resto Han (€€): espaço muito agradável e comida bastante saborosa, mas música ao vivo. Foi o restaurante que gostei mais na cidade.
• Yanık Köşk Restaurant (€): pedimos pide e lahmacun e estavam ambos bons. O preço é acessível e o restaurante tem um pequeno terraço no piso superior.

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