Antes de começar a planear a minha ida à ilha da Madeira, estava convencida que visitava os seus principais pontos de interesse em 3 ou 4 dias. Não podia estar mais enganada! A ilha pode ter uma dimensão relativamente reduzida, mas não falta que fazer/visitar. Dessa forma, venho partilhar convosco o meu roteiro completo de 6 dias com imensas dicas do que visitar na Madeira.
Quando pensava na Madeira, pensava maioritariamente no Funchal. Mais uma vez, totalmente errada! Madeira é muito mais do que o Funchal e é um destino de Natureza incrível. Tem paisagens de cortar a respiração, trilhos surpreendentes, cascatas atrás de cascatas e uma gastronomia de comer e chorar por mais. Acho que já deu para perceber que vim de lá totalmente apaixonada!!
Qual a melhor altura para visitar a Madeira?
Qualquer altura do ano é boa para visitar a Madeira. O clima madeirense é largamente invejado já que tem uma amplitude térmica muito baixa durante todo o ano e raramente faz muito frio.
No entanto, para aproveitar a ilha na sua plenitude (trilhos, praias, piscinas naturais), é sempre preferível visitar nos meses mais quentes: maio a outubro. Estes são também, como já seria de esperar, os meses mais concorridos.
Existem ainda algumas festividades bem conhecidas ao longo do ano que facilmente justificam uma visitinha:
- Festa de Fim de Ano (31/dezembro) com um dos melhores espetáculos pirotécnicos de Portugal
- Festa da Flor (maio)
- Festa da Noite do Mercado (23/dezembro) junto ao Mercado dos Lavradores
- Festa de Nossa Senhora do Monte (15/agosto): maior arraial da Madeira
- Carnaval
Quantos dias são necessários para visitar a Madeira?
É verdade que 2 a 4 dias servem para ficar a conhecer o estritamente necessário. No entanto, não cometam esse erro e reservem mais uns bons dias para visitar a Madeira tranquilamente. Mesmo assim, irá ficar muito por ver/fazer.
No meu caso, optei por ir 6 dias completos, o que é um bom número de dias para explorar a ilha calmamente e visitar vários sítios (e inclusive percorrer algumas das famosas levadas).
Mesmo assim, sinto que ainda ficaram bastantes coisas por visitar e experienciar. Vim embora com um sentimento claro que irei visitar a Madeira novamente. Ficaram alguns trilhos por percorrer, alguns mergulhos por dar e, além disso, adorava visitar a Madeira numa das suas festividades.
O número de dias no roteiro abaixo é meramente indicativo pelo que o podem utilizar apenas para tirar algumas ideias do que visitar na Madeira.
Ainda assim, deixo-vos duas outras sugestões alternativas de 4 e 7 dias, para o caso de terem mais ou menos tempo disponível.
Como chegar à Madeira?
Tanto Portugal Continental como os Açores (Ponta Delgada) têm voos diretos com o único aeroporto na ilha da Madeira, localizado a poucos quilómetros do Funchal. Do Porto e Lisboa existem várias ligações diárias e de diferentes companhias áreas (incluindo algumas low-cost como Ryanair e Easyjet)!
Muitas vezes, existem oportunidades de voos excelentes, pelo que é uma questão de procurarem uma opção que vos interesse 😉.
É preciso alugar carro para visitar a Madeira?
Infelizmente (ou não para quem gosta de uma boa roadtrip!), visitar a Madeira sem recorrer a um carro ou a tours é uma tarefa extremamente árdua. A Madeira é também um destino de Natureza e, assim, muitos dos pontos de interesse estão localizados em sítios de mais difícil acesso.
O carro será mesmo a melhor forma de transporte na ilha, até porque nos permite ter outra flexibilidade. A meteorologia madeirense é bastante imprevisível e rapidamente no próprio dia podemos ter de adaptar os nossos planos.
No meu caso, aluguei o carro numa empresa local de pequena dimensão (InsularCar), mas não tive qualquer razão de queixa. O serviço foi muito atencioso e o carro foi entregue e levantado à porta do primeiro hotel onde fiquei alojada, em Santa Cruz.
💡 DICA EXTRA: Atentem no momento da reserva do carro na ilha da Madeira porque, muitas vezes, a reserva online é apenas uma pré-reserva. O ideal (especialmente se optarem pelas empresas mais pequenas) é ligarem para as empresas imediatamente a seguir à pré-reserva nos sites para assegurarem a reserva.
De qualquer forma, se optarem por não alugar carro, a solução ideal será agendarem algumas tours previamente pela ilha de acordo com os vossos interesses.
É difícil conduzir na Madeira?
Se há alguns anos a Madeira era conhecida pelas suas estradas de curvas acentuadas, estreitas e junto ao mar, atualmente já não é assim. Muitos dos troços da famosa estrada ER101 (considerada por muitos uma das estradas mais cénicas, mas também infernal) já se encontram desativados há algum tempo. As partes da estrada que foram fechadas foram maioritariamente substituídas por túneis que facilitam a circulação. Por isso, visitar a Madeira significa não estranhar passar por várias dezenas de túneis num só dia) 😋.
Assim, o único ponto de mais difícil condução na ilha pode ser algumas das suas estradas com declive acentuado. Mas nada que não se resolva 😉
Atividades & tours na Madeira
Alojamentos na Madeira
Muitos turistas optam por fixar a cidade do Funchal como o sua âncora para todos os dias na ilha. No entanto, e para evitar “perder” algum tempo em viagens necessárias, pode fazer sentido ir mudando de alojamento ao longo da viagem.
É certo que a ilha é pequena, mas se pudermos poupar alguns quilómetros e tempo a fazer viagens de regresso ao Funchal, porque não?
No meu caso, optei por pernoitar em Santa Cruz (a 5 minutos de carro do aeroporto) na minha primeira noite na ilha, de onde segui para Porto Moniz (2 noites) e daí para o Funchal (3 noites). O ideal será mesmo tentar repartir as estadias pela parte Sul (Funchal, Câmara de Lobos, Ponta do Sol) e Norte (Porto Moniz, Seixal, Santana) da ilha.
Os alojamentos escolhidos foram os seguintes:
- [Santa Cruz] Santa Cruz Village Hotel: hotel muito recente, atendimento muito simpático e com excelentes condições. O quarto era provavelmente dos maiores em que já estive. O único ponto a desfavor será mesmo o pequeno-almoço devido a uma variedade relativamente reduzida
- [Porto Moniz] Costa Azul: apartamentos localizados a menos de 5 minutos a pé das piscinas naturais de Porto Moniz. O apartamento era enorme, equipado com cozinha, duas casas de banho e ainda sala de estar. As condições são mais modestas, mas ficámos bem instalados.
- [Funchal] ASPA – São Paulo Studios: apartamento totalmente remodelado num prédio antigo. Pequeno-almoço bem completo e diferente ao longo dos dias, servido num espaço ao ar livre.
💼 SEGURO DE VIAGEM: Os imprevistos acontecem em qualquer parte do mundo e, por isso, recomendo comprar sempre seguro de viagem. Uso frequentemente a Heymondo que apresenta das coberturas mais altas no mercado e com preços imbatíveis. Para além da cobertura de despesas médicas, o seguro da Heymondo inclui ainda cobertura em caso de perda ou roubo de bagagem, equipamentos eletrónicos, entre outros. Além disso, têm um serviço de atendimento permanente em português através da sua App. Por serem leitores do blogue, têm 5% de desconto na compra dos seguros Heymondo. A compra deve ser feita através deste link, sendo que o preço que aparece no site já inclui o desconto.
Dia 1: Santa Cruz – Câmara de Lobos – Cabo Girão – Fajã dos Padres – Ribeira Brava – Ponta do Sol – Cascata dos Anjos – Paúl do Mar – Farol Ponta do Pargo – Porto Moniz
» Câmara de Lobos
Câmara de Lobos foi uma excelente porta de entrada na ilha da Madeira. Deu logo para perceber que esta viagem ia surpreender no que toca a paisagens.
Para além de um passeio junto à enseada onde foram avistados os lobos-marinhos quando a ilha foi descoberta, uma visita não fica completa sem passar pela Capela Nossa Senhora da Conceição ou pela Igreja de São Sebastião.
Para apreciar as vistas, recomenda-se também uma subida ao ilheú da Câmara de Lobos e ainda uma paragem no Miradouro do Salão Ideal.
Por fim, deixem-se perder nas poucas ruas de Câmara de Lobos. Para além dos vários bares e restaurantes que animam bastante a zona (especialmente à noite!), as ruas estão repletas de street art!
» Cabo Girão
Um dos locais mais conhecidos e que é obrigatório visitar na Madeira, o Cabo Girão é o cabo mais alto da Europa (580 metros de altura) e consiste numa plataforma envidraçada.
Confesso que estava à espera que a plataforma em vidro tivesse dimensões superiores, mas a vista compensa qualquer plataforma. Daqui temos vistas privilegiadas sobre a Fajã do Rancho e do Cabo Girão.
📝 INFORMAÇÃO ÚTIL: A visita é gratuita e o espaço está aberto das 8h30 às 20h no verão e das 8h30 às 19h no inverno.
» Fajã dos Padres
A Fajã dos Padres é outro dos lugares mais famosos a visitar na Madeira! Completamente isolada e apenas acessível pelo mar ou de teleférico, na Fajã dos Padres tanto poderão fazer praia como observar algumas das suas plantações subtropicais.
A Fajã conta também com o serviço de um restaurante que funciona até ao final do dia. A viagem de teleférico é bem vertiginosa apesar de durar apenas cerca de 3 minutos.
📝 INFORMAÇÃO ÚTIL: O Teleférico funciona das 10h às 19h (18h no inverno) e tem o custo de 10€ (ida e volta). Informação mais atualizada aqui.
» Ribeira Brava
Ribeira Brava não tem muitos pontos de interesse, mas garanto que vale a pena uma visita. Depois de um pequeno passeio na marginal junto à Praia da Ribeira Brava, parámos nos outros dois principais pontos de interesse:
- Ruínas do Forte de São Bento (atualmente o Posto de Turismo)
- Igreja de São Bento (localizada num largo muito agradável)
💡 DICA EXTRA: Se viajarem no sentido de Ribeira Brava para a Ponta do Sol, aproveitem para parar no Miradouro do Cascalho com vistas panorâmicas sobre Ribeira Brava.
» Ponta do Sol
A Ponta do Sol deve o seu nome ao facto de esta ser uma das zonas mais quentes da ilha e onde o sol brilha mais horas. Por isso, aproveitei claro para um bom almoço à beira mar no restaurante Maré Alta.
No entanto, não é só praia e calor por estas bandas. Existem 3 igrejas/capelas que merecem ser visitadas: Capela de Santo António | Igreja Matriz | Capela de São Sebastião
💡 DICA EXTRA: Junto à Capela de Santo António existe um miradouro com vistas panorâmicas sobre Ponta do Sol.
» Cascata dos Anjos
Seguindo da Ponta do Sol, vale a pena seguir em direção ao próximo ponto do roteiro, passando pela Cascata dos Anjos. Esta cascata é provavelmente a mais famosa da Madeira pois cai literalmente na estrada ER 101, dando umas oportunidades de fotografia incríveis 😉
💡 DICA EXTRA: Por vezes a estrada ER 101 é fechada (especialmente em dias com muita chuva) e, se tal acontecer, será impossível visitar a cascata.
» Praia da Calheta
Madeira é sinónimo de Natureza, mas também de praia. A temperatura da água na Madeira é provavelmente uma das mais amenas em Portugal, pelo que é de aproveitar para um mergulhinho. Por isso, nada melhor do que uma paragem na Praia da Calheta!
» Paúl do Mar
Paúl do Mar é uma das zonas piscatórias mais importantes no arquipélago, pelo que será uma boa aposta para provar algum peixinho.
Durante muitos anos, Paúl do Mar apenas era acessível de barco. Nos dias que correm, a estrada que nos permite chegar lá é soberba e tem paisagens de cortar a respiração.
Confesso que não foi dos locais que mais gostei (não podemos gostar de todos os sítios da mesma forma), mas vale pelo menos pela estrada que nos leva até lá.
» Farol Ponta do Pargo
A caminho de Porto Moniz parámos ainda no Farol Ponta do Pargo, localizado na parte mais ocidental da ilha. Consta que daqui se observa um pôr do sol dos mais bonitos da ilha 😊
💡 DICA EXTRA: Se estiverem a viajar em épocas mais chuvosas (no verão tende a ter pouca água), podem fazer um pequeno desvio até ao Miradouro da Garganta Funda. Aqui irão poder observar uma queda de água de 140 metros! Têm de percorrer um pequeno percurso (cerca de 1km ida e volta) para chegar ao miradouro.
Dia 2: Porto Moniz – Levada das 25 Fontes/Risco – São Vicente – Seixal – Ribeira da Janela – Fanal – Porto Moniz
» Levada das 25 Fontes + Levada do Risco
Visitar a Madeira e não percorrer uma das suas levadas seria uma pena. Dessa forma, acordámos bem cedo para irmos em direção ao Miradouro do Rabaçal, onde se inicia o percurso das 25 Fontes e também a Levada do Risco.
As levadas são muito típicas na Madeira e existem dezenas e dezenas. Seria impossível percorrer todas, mas vale mesmo a pena experimentar pelo menos uma.
Neste caso, caminhámos cerca de 9 km durante 3 horas e esta é provavelmente uma das levadas mais bonitas na ilha. Consultem toda a informação detalhada sobre esta levada no meu artigo sobre as levadas da Madeira.
» São Vicente
Após um belo início de dia no meio de paisagens encantadoras, rumámos a São Vicente para repor energias.
São Vicente foi dos locais que achei mais bonitos na ilha. Contamos pelos dedos de uma mão, os seus principais pontos de interesse. No entanto, é a paisagem verdejante que circunda São Vicente que rouba todas as atenções. Um passeio na marginal é tudo o que precisamos para nos apaixonarmos por São Vicente!
Ainda assim, não deixem de visitar a Capelinha de São Vicente (construída dentro de uma rocha) ou a Cascata de São Vicente (mesmo junto da estrada).
💡 DICA EXTRA: Uma atividade interessante em São Vicente é uma visita às Grutas e Centro de Vulcanismo de São Vicente e o bilhete custa 5€ por adulto.
💡 DICA EXTRA: A caminho da próxima paragem, sugiro passar pelo Miradouro do Veú na Noiva, de onde podemos observar a cascata com o mesmo nome. A cascata situa-se na antiga estrada que ligava São Vicente ao Seixal e o seu nome advém da sua semelhança, vá-se lá adivinhar, ao véu de uma noiva.
» Seixal
A par de São Vicente, o Seixal foi outro dos lugares que mais me marcou na ilha da Madeira. Rodeado novamente de montes verdejantes, vai ser difícil não se apaixonarem.
Não percam a famosa praia de areia preta – Praia do Porto do Seixal ou ainda as piscinas naturais (de origem vulcânica) do Seixal. As piscinas naturais são bem menos concorridas que as de Porto Moniz e, muito honestamente, não lhes ficam nada atrás. Para além disso, a visita é totalmente gratuita 😊
» Ribeira da Janela
Ao regressar do Seixal em direção a Porto Moniz, aproveitámos para uma breve passagem por Ribeira da Janela. Mais concretamente, parámos nestes dois miradouros:
- Miradouro da Eira da Achada – com vistas arrebatadoras sobre a costa norte da ilha
- Miradouro dos Ilhéus da Ribeira da Janela – é necessário atravessar um pequeno túnel para se chegar ao miradouro
» Fanal
A Floresta do Fanal é um dos pontos mais místicos da ilha da Madeira devido ao nevoeiro que ali existe frequentemente e também ao formato caricato das árvores.
Infelizmente não tive a sorte de apanhar nevoeiro quando lá fui e, como o tempo também já não era muito, optei por apenas visitar a Lagoa do Fanal.
No entanto, existem vários percursos pedestres que podem ser percorridos para explorar melhor este cantinho madeirense:
- Vereda do Fanal (PR13)
- Levada dos Cedros (PR14)
💡 DICA EXTRA: No regresso a Porto Moniz, ainda parámos no Miradouro da Santa que tem vistas privilegiadas sobre Porto Moniz.
» Porto Moniz
Porto Moniz é uma das localidades mais famosas da Madeira devido às suas piscinas naturais. As piscinas foram formadas pela lava vulcânica e são, como seria de esperar, de água salgada.
Existem as piscinas velhas (cuja entrada é gratuita) e as novas, em que o bilhete de adulto custa 1,5€. O horário de funcionamento das piscinas novas varia consoante o período do ano: das 9h às 19h no verão (e até às 17h no inverno).
Dia 3: Porto Moniz – Levada do Alecrim/Vereda da Lagoa do Vento – Ponta Delgada – São Jorge – Santana – Funchal
» Levada do Alecrim/Vereda da Lagoa do Vento
O 3º dia deste roteiro começava novamente bem cedo para mais uma levada/vereda. Partindo novamente do Miradouro do Rabaçal, esta era a vez de explorar a Levada do Alecrim e a Vereda da Lagoa do Vento.
No total percorremos 8 km (em cerca de 3h30) e vi uma das cascatas que mais me encantou na ilha – Lagoa do Vento.
» Ponta Delgada
Após uma manhã bem preenchida, rumámos em direção a Ponta Delgada. Na realidade, Ponta Delgada é mais um daqueles locais com meia dúzia de pontos de interesse, nomeadamente a Igreja do Senhor Bom Jesus ou as Piscinas de Água Salgada.
A paisagem que rodeia Ponta Delgada é bastante bonita, mas confesso que não tão impactante como o Seixal ou São Vicente.
💡 DICA EXTRA: No percurso de carro entre Ponta Delgada e São Jorge, devem adicionar o Miradouro das Cabanas no GPS 😉 Aqui irão encontrar vistas espetaculares e, em dias de boa visibilidade, até podemos observar Porto Santo!
» São Jorge
Outros dos locais que recomendo visitar na Madeira é São Jorge. Em São Jorge o destaque vai mesmo para as ruínas dos engenhos de cana-de-açúcar que remontam ao início do povoamento da Madeira.
Para aqui chegar, podemos estacionar o carro junto ao Complexo Balnear do Calhau de São Jorge e andar uns metros a partir daí.
💡 DICA EXTRA: Indo em direção a Santana, o Miradouro do Guindaste deve ser outro local de paragem obrigatória. Daqui temos vistas soberbas da costa norte da ilha e podemos ainda observar a Ponta de São Lourenço, entre outros.
» Santana
Santana acolhe aquilo que é provavelmente a maior imagem de marca da ilha da Madeira – as casas típicas de Santana! E visitar a Madeira implica quase sempre uma paragem obrigatória nas casinhas de Santana 🥰.
As casas típicas de Santana têm formato triangular e o seu teto é coberto de colmo. Habitualmente, os turistas visitam o Núcleo de Casas Típicas de Santana, em que as casas acolhem várias lojinhas de artesanato, produtos locais e ainda flores.
O sítio é relativamente pequeno e bastante turístico, mas as fotos ficam muito catitas 😊
💡 DICA EXTRA: Se tiverem algum tempo extra, podem também visitar o Parque Florestal das Queimadas, localizado no concelho de Santana. Aqui iniciam vários trilhos, entre os quais a Levada do Caldeirão Verde (PR9) e a Levada Um Caminho para Todos.
💡 DICA EXTRA: Se saírem de Santana em direção ao Funchal podem parar no Miradouro do Curtado, de onde podemos observar o Faial e o famoso rochedo da Penha D’Águia.
Dia 4: Funchal – Ponta do Garajau – Ponta de São Lourenço – Porto da Cruz – Vereda dos Balcões – Curral das Freiras – Pico do Areeiro – Funchal
» Ponta do Garajau
A Ponta do Garajau alberga aquelas que são provavelmente as escadas mais famosas da ilha da madeira. É aqui também que encontramos o famoso Cristo Rei voltado para o Oceano Atlântico!
A visita a este sítio é relativamente rápida, mas não deixem de parar um pouco para apreciar as bonitas vistas que dali se tem sobre a baía do Funchal e do mar.
Se já estiver muito calor e tiverem vontade de um mergulhinho, podem também aproveitar a praia do Garajau mesmo ali ao lado. De cima, pode-se ler “Welcome to Paradise”… não sei quanto a vocês, mas a mim não me parece um slogan despropositado 😉 O acesso à praia é feito via teleférico.
💡 DICA EXTRA: Antes de chegarem à Ponta do Garajau, podem parar no Miradouro do Pináculo com vistas para a baía do Funchal. E porque um miradouro nunca é demais, a caminho do próximo ponto no roteiro, sugiro também uma paragem no Miradouro Francisco Alvares Nóbrega. O miradouro está localizado à face da estrada e tem das melhores vistas sobre Machico e a Ponta de São Lourenço.
» Ponta de São Lourenço
Com 9 km de extensão, a Ponta de São Lourenço é um lugar diferente de todos os outros na ilha. Localizado na parte mais oriental da ilha, quando aqui chegamos mais parece quase que estamos noutro planeta! A vegetação é muito mais escassa e aspeto rochoso e árido do local, transporta-nos mentalmente para outro sítio que não a ilha da Madeira. E este é mesmo um daqueles locais que não devem deixar de visitar na Madeira 🤩.
A não perder perto da Ponta de São Lourenço, temos também o Miradouro da Ponta do Rosto.
💡 DICA EXTRA: Se tiverem algum tempo disponível, uma das melhores formas de explorar esta região é mesmo percorrendo a Vereda da Ponta de São Lourenço. Infelizmente não tive tempo de o fazer, mas está no topo da lista para uma próxima visita. Podem consultar várias informações úteis sobre o percurso aqui.
» Porto da Cruz
Porto da Cruz foi uma das primeiras zonas do Norte da Madeira a serem habitadas. A produção da cana de açúcar para utilização posterior no famoso rum da Madeira sempre teve uma importância vital para esta região. Os Engenhos do Norte são a prova disso, utilizando ainda um dos engenhos construídos em 1927 para a produção de açúcar.
Para além de uma visita aos Engenhos do Norte para ficar a conhecer mais da sua história, podem ainda visitar o Miradouro do Fortim do Pico e o Miradouro Furna do Porto da Cruz.
Se tiverem mais tempo disponível, podem ainda aproveitar para um mergulho na Praia da Alagoa, com vistas sobre Penha d’Águia.
» Vereda dos Balcões
Está na hora de seguirmos para aquele que é provavelmente o miradouro mais bonito da Madeira – Miradouro dos Balcões.
Para lá chegarmos temos de percorrer um pequeno trilho (Vereda dos Balcões), com cerca de 3 km (ida e volta). As vistas são totalmente arrebatadoras com a Floresta Laurissilva como pano de fundo.
Para ficarem a saber todos os detalhes sobre este percurso, podem consultar o meu artigo completo sobre trilhos na Madeira.
» Curral das Freiras
O Curral das Freiras é outro dos locais emblemáticos na ilha da Madeira. Consta que o seu nome origina por volta do século XVI quando as freiras do Convento de Santa Clara ali se refugiaram no seguimento do saque do Funchal pelos franceses.
Para as melhores vistas sobre o Curral das Freiras, podemos espreitar o Miradouro da Eira do Serrado (mesmo ao Eira do Serrado Hotel & Spa) ou o Miradouro do Paredão.
É também possível visitar o Curral das Freiras, mas para tal terão de percorrer algumas estradas sinuosas.
💡 DICA EXTRA: O tempo na Madeira é muito incerto e, por vezes, em locais de grande altitude podemos não ter boa visibilidade. Desta forma, e para evitar desilusões, recomendo que verifiquem antes de partirem para a Eira do Serrado as webcams em tempo real no site do Net Madeira.
» Pico Do Areeiro
Seguimos para outro ponto mágico e que devia ser obrigatório visitar na Madeira! Este é o sítio escolhido por muitos para contemplar o nascer e pôr do sol da ilha. No entanto, mesmo que não tenham oportunidade de ir num desses momentos (como foi o meu caso), não deixem este ponto de fora do vosso roteiro.
Localizado a 1818 metros de altitude (o terceiro ponto mais alto da ilha), daqui temos vistas simplesmente indescritíveis sobre o maciço central da ilha.
Tem início aqui a Vereda do Areeiro… um percurso exigente que liga o Pico do Areeiro ao Pico Ruivo. Se não tiverem tempo para percorrer este trilho (como foi o meu caso), podem sempre fazer apenas um pouco deste trilho em direção ao Miradouro da Manta. Ida e volta são cerca de 45 minutos a 1 hora já que, apesar da distância ser curta, ao voltar é quase sempre a subir.
💡 DICA EXTRA: Novamente aqui, devido à altitude deste local, devem tentar consultar previamente as webcams no Net Madeira.
Dia 5: Funchal
Chegou finalmente a hora de conhecer o afamado Funchal 😊 O dia começou com uma volta no Teleférico do Monte, que nos levou ao Jardim do Monte Palace.
Aproveitámos ainda que estávamos pela freguesia do Monte para ir espreitar os famosos cestos da Madeira – Carreiros do Monte.
Entretanto, após pausa estratégia para almoçar, rumámos à Promenade do Lido (um agradável passeio junto ao mar) e demos um saltinho à Praia Formosa. Estava tanto calor, que não deu para escapar a estender a toalha.
No final do dia, ainda antes da hora de jantar, passeámos pela zona da Marina.
Dia 6: Funchal – Santa Cruz
» Funchal
Chegava o último dia deste roteiro (e as saudades já começavam a apertar), mas ainda havia bastante do Funchal por conhecer.
Começámos o dia na zona velha da cidade, passando por alguns dos locais mais conhecidos da cidade: Mercado dos Lavradores, Rua de Santa Maria, Forte de São Tiago.
Daí seguimos para a Praça do Município, onde visitámos a Igreja São João Evangelista e ainda a Sé Catedral do Funchal.
💡 DICA EXTRA: Saibam mais sobre o que visitar no Funchal, com este guia rápido do que visitar na capital madeirense.
» Santa Cruz
Santa Cruz foi o primeiro e último sítio que visitei na Madeira! O centro é relativamente pequeno e está visto em menos de 10 minutos. Mas a verdade é que tem um certo charme 😊
Para além das várias esplanadas que ali existem e que podem (e devem!) ser aproveitadas para provar algumas das iguarias madeirenses, alguns dos pontos de interesse incluem:
- Praia das Palmeiras
- Igreja Matriz
- Complexo Balnear junto da Ribeira da Boaventura
- Aquaparque
Sugestão alternativa de roteiro: versão de 4 dias
Se têm menos dias disponíveis na viagem, sugiro retirar alguns dos pontos mencionados acima, talvez menos interessantes (como é o caso de Porto da Cruz, Ponta Delgada) e abdicar de uma das levadas. Assim, a minha sugestão seria a seguinte:
- Dia 1: Santa Cruz – Câmara de Lobos – Cabo Girão – Fajã dos Padres – Ribeira Brava – Ponta do Sol – Cascata dos Anjos – Porto Moniz
- Dia 2: Porto Moniz – Levada das 25 Fontes/Risco – Seixal – São Vicente – Funchal
- Dia 3: Funchal – Ponta do Garajau – Ponta de São Lourenço – Santana – São Jorge – Vereda dos Balcões – Curral das Freiras – Pico do Areeiro – Funchal
- Dia 4: Funchal (abdicando da Promenade do Lido e da Praia Formosa, se não tiverem tempo)
Sugestão alternativa de roteiro: versão de 7 dias
Se têm mais dias disponíveis para visitar a incrível ilha da Madeira, para além dos 6 dias mencionados no roteiro acima, podem adicionar um dia para as seguintes atividades:
- Hipótese 1: percorrer a Vereda do Areeiro
- Hipótese 2: ir até Porto Santo através de ferry (viagem dura 2h15) ou de avião (viagem dura cerca de 25 minutos)
- Hipótese 3: percorrer a Levada do Caldeirão Verde (PR9, 13 km ida e volta) ou a Vereda da Ponta de São Lourenço (PR8, 8 km ida e volta)
Restaurantes na Madeira
Agora que já vos falei de todos os locais bonitos que devem visitar na Madeira, tenho de escrever sobre a gastronomia madeirense. QUE SURPRESA! Não fazia ideia que ia entrar para o meu top 3 de gastronomias portuguesas 😊
Apreciei tanto as suas iguarias, que até tenho um artigo detalhado com comidas e bebidas locais que não podemos perder numa visita à Madeira!
E para provar tudo o que a gastronomia da Madeira tem para nos oferecer, aqui fica uma listinha de restaurantes por toda a ilha:
» Funchal e arredores
- [Funchal] A Gruta (€€€): um espaço bem agradável mesmo junto à Marina, onde provámos picado e um arroz de marisco com polvo bem agradável.
- [Funchal] A Bica (€€): espaço simples, localizado junto ao Mercado dos Lavradores. Comida tradicional saborosa a preços interessantes.
- [Funchal] Barreirinha Bar Café (€€): um bar muito simpático mesmo junto ao mar. As especialidades da casa são os pregos no bolo do caco e os hambúrgueres. De destacar também a Nikita que foi a melhor que bebi na ilha.
- [Camâra de Lobos – 10 min de carro] O Polar (€): apenas servem espetadas e frango de churrasco, mas as espetadas são divinais. Além disso, o preço é absolutamente fantástico
- [Camacha – 20 min de carro] Abrigo do Pastor (€€): restaurante bem tradicional e com pratos muito bem confecionados. Excelente relação qualidade preço e ainda serviço muitíssimo atencioso. Provámos as espetadas regionais e um magnífico arroz de feijão como acompanhamento.
- [Santa Cruz – 18 min de carro] A Bilheteira (€): um restaurante simples, mas com um excelente picado e prego em bolo do caco
» Porto Moniz
- Dom Peixe (€€€): preços um bocadinho elevados mas filetes de espada com molho de maracujá muito apetitosos.
» Ponta do Sol
- Maré Alta Bar e Restaurante (€€): bar de praia com espaço muito agradável. Provámos as lulas salteadas com batata doce e estavam muito bem confecionadas.
» São Vicente
- O Virgílio (€): restaurante tradicional em que provámos o prego em bolo do caco. Quantidade muito generosa e o prego era de qualidade.
- Taberna de São Vicente (€): restaurante simples e tradicional onde experimentámos o picado misto, que estava bem saboroso.
Custos da viagem
É verdade que cada um tem o seu estilo de viagem e nada é comparável. Esta não foi uma viagem low-cost, mas também não foi uma viagem extravagante. Se tiverem algum interesse em saber o que podem esperar a nível de custos na Madeira, deixo aqui um pequeno resumo dos custos da viagem (por pessoa):
- Alojamentos: 163€
- Voos: 151€
- Refeições: 180€
- Carro (com seguro incluído): 126€
- Gasolina: 38€
- Outros (estacionamentos, entrada Jardim Monte Palace, Teleférico do Monte, táxis de/para aeroporto): 63€
Em suma, teria sido possível poupar um pouco mais aqui:
- Voos: apesar de ser EasyJet, viajámos em época alta, sem grande flexibilidade de datas e foi marcado com pouca antecedência
- Carro: tivemos um problema com as reservas iniciais do carro e foi reservado apenas no dia do voo de ida (foi o mais barato que conseguimos tão em cima da hora)
- Refeições: em média pagámos 13€ por refeição! Era possível pagar menos sim (simplesmente não existiu essa preocupação).
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